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Ela ontem, ela hoje

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Aos 16 ela se sentia uma velha…

Amadurecida demais, responsável demais, abandonada demais, frágil demais… Fragilidade dessas que a besta espreita, dá o bote, sem chance de defesa.

A fragilidade havia crescido junto com a sensação de desamparo, enquanto a responsabilidade crescia pela necessidade de olhar por outros, na tentativa de prevenir que se levassem pela fragilidade também.

Mas havia um ponto em que parecia não valer mais a pena…

O que ela mais buscava era a simplicidade do amor, mas para uma velha como ela, parecia inacessível… Como chegara a esse ponto? Onde fora parar a alegria de uma infância tão pouco distante? A menina que brincava de amarelinha e cantiga de roda, que corria com seu vestido azul ao sabor do vento… Um pontinho azul que se mesclava ao azul da névoa que existia em sua memória. A névoa que também mostrava despedidas, idas e partidas.

O amor tem caminhos estranhos, estava à espreita em algum ponto daquele caminho… Era uma chegada e vinha de surpresa.

Aos 26 ela se sentia uma adolescente, dessas que acordam e tem direito a tirar um dia de folga, botar um vestido azul, embora ela preferisse uma boa calça jeans mesmo, e sair rodopiando.

Aos 46 ela se sentia uma jovem, corajosa, lutadora e… Feliz! Às vezes, ela abraçava sua criança interior e a protegia quando esta sentia angústia de tempos passados. Aprendeu a proteger sua criança e a rugir contra as bestas que a espreitassem quando estivesse frágil. Cantava para a criança dormir, enquanto a aconchegava em seu colo.

Hoje ela se sente bela e se acha!

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Synnöve Dahlström Hilkner É artista visual, cartunista e ilustradora. Nasceu na Finlândia e mora no Brasil desde pequena. Formada em Comunicação Social/Publicidade e Propaganda pela PUCC. Desde 1992, atua nas áreas de marketing e comunicação, tendo trabalhado também como tradutora e professora de inglês. Participa de exposições individuais e coletivas, como artista e curadora, além de salões de humor, especialmente o Salão de Humor de Piracicaba, também faz ilustrações para livros. É do signo de Touro, no horóscopo chinês é do signo do Coelho e não acredita em horóscopo.

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