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Só sei que é assim

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Espio quase sem querer

Quero esse desejo inexorável

De mer ver em tuas esquinas

Algum sinal

Os dois

Jeito, mania, olhar

Uma marca de nascença

Marca de vivença

Nada

Nem ela

Não nele

Sei que estou ali e não vejo

me conforto num olhar terno

Enquanto dormem, respiram

Ele

Lembro do teu jeito de levantar as sobrancelhas

Ela

Escondes as meias embaixo do travesseiro enquanto dormes

Vivo

Enfio a cabeça no travesseiro

Fustigado pela feliz diferença

Os filhos

São iguais a eles mesmo

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Gil Guzzo – é autor, ator e diretor. Em teatro, participou de diversos festivais, entre eles, o Theater der Welt na Alemanha. Como diretor, foi premiado com o espetáculo Viandeiros, no 7º Fetacam. Vencedor do prêmio para produção de curta metragem do edital da Cinemateca Catarinense, por dois anos consecutivos (2011 e 2012), com os filmes Água Mornas e Taí…ó. Uma aventura na Lagoa, respectivamente. Em 15 anos como profissional, atuou em 16 peças, 3 longas-metragens, 6 novelas e mais de 70 filmes publicitários. Em 2014 finalizou seu quinto texto teatral e o primeiro livro de contos. É fundador e diretor artístico do Teatro do Desequilíbrio – Núcleo de Pesquisa e Produção Teatral Contemporânea e é Coordenador de Produção Cultural e Design do Senac Santa Catarina. E o melhor de tudo: é o pai da Bia e do Antônio.

 

 

 

 

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Fragmentos de um diário – 9

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“Quando era pequena, muito pequena mesmo, eu devia ter uns 4 ou 5 anos, perguntei para minha mãe:

– Mãe, meu pai é o homem mais forte do mundo?

Ela me olhou e respondeu: – Não.

Eu na hora devolvi: – Mas se ele não é o homem mais forte do mundo, como vai nos proteger dos ladrões?

Não me lembro a resposta dela, mas hoje sei que meu pai não era o super homem, e que não existem super homens. Existem homens fortes, mulheres fortes e crianças que podem se tornar pessoas fortes ou não.

Os ladrões virão na vida e em algum momento todos nós seremos roubados, de coisas materiais e de coisas que não são materiais, que são as mais doloridas.

Como nos defendemos e  nos recuperamos? Não sei ao certo, mas acho que esse super homem e essa super mulher podem vir a tona dentro de cada um de nós quando isso acontece, mas para que tenha forças para vir e resistir, isso sim, nasce na infância, é o tal recurso interno que os psicólogos tanto falam.

Recurso interno: Ter ou não ter? Como saber?

Vou pensar mais sobre isso, acho que tenho, já me disseram, mas será que ajudo meus filhos a terem?”

14 de outubro – Gisa Luiza – 47 anos

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Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde é a responsável pela autoria de todas os contos e poesias. Publicitária e empresária. Divide seu tempo entre sua agência  Modo Comunicação e Marketing  www.modo.com.br e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. A personagem Gisa Luiza do “Fragmentos de um diário” é uma homenagem a suas duas avós – Giselda e Ana Luiza.

 

 

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As cores do Esquisito

11870686_1654522108167276_8654332714878444158_n Capa do livro esquisito

Sérgio Biscaldi é escritor e publicitário nas horas vagas.

Essa inversão de prioridades profissionais é recente e muito bem-vinda. Fica mais clara ainda quando lemos a primeira obra dele, o forte e instigante As cores do Esquisito.

No livro disfarçado de infantil, mas que serve para todas as idades, Sérgio traz o personagem Esquisito que assim como nós muitas vezes se sente diferente, estranho, incapaz. Tem seus medos, carrega seus fantasmas e angústias. Sofre de bullying, palavra moderna para a chata mania de apelidar, desprezar e menosprezar quem é esquisito. Ou não.

Graças a Deus, em  As cores do Esquisito, as respostas chegam rápido. Podia ser assim na vida também, né? Superrecomendo.

 

As cores do Esquisito

Autor: Sérgio Biscaldi

Ilustrações: Renan de Oliveira

Editora: Aquário Editorial.

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Carla Bravo – Jornalista, atriz, apresentadora, locutora, dubladora, roteirista, mestre de cerimônias, assessora de imprensa e tudo mais o que uma comunicadora sabe ser. Ah, otimista sempre. E sonhadora. 

 

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Último dia das crianças…

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Dia 12 esta chegando e eu até me esqueci de comprar os presentes dos meus filhos? Correria? Não…é um aperto no coração mesmo, afinal vão fazer 12 anos daqui a alguns dias e de acordo com as leis do nosso país, não serão mais criança.

Escrever sobre isto é descobrir de onde vem esta “dorzinha” na barriga, na boca do estômago. É pensar que me sobra pouco tempo pra rolar na cama, subir em árvores, jogar bola e comer pipoca a qualquer hora. Daqui a pouco, vão preferir os amigos (como na minha idade….kkk).

Bom, este assunto está muito triste e minha dor esta aumentando pra caramba…

Mas esta dor, com certeza não vai passar e sabe por quê?

Estes dias, um dos meus filhos foi convidado para ir ao cinema. Achei a ideia legal e depois de bisbilhotar quem ia, onde era, quem iria levar, a que horas iria terminar etc, me dei por satisfeita avisei minha filha que estava tudo certinho e combinado.

Depois de minha filha me lembrar umas 5 vezes por dia a semana toda, o sábado chegou. Claro, entrei no carro e estava animada pra assistir o filme.

Comprei o ingresso dela, o meu e foi ai que tudo começou.

Junto com a gente estavam mais 4 mães que compraram as entradas dos filhos, pipocas e refrigerantes….mais nada!

Fiquei paralisada, atônita e sem palavras. Todo mundo percebeu meu olhar de surpresa por perceber que era a única mãe que iria assistir ao filme. O silêncio tomou conta da nossa rodinha de mães até que fui logo dizendo pra minha filha que ficaria na ultima fileira e que ela poderia ficar à vontade com sua turma nas fileiras da frente.

Entramos no cinema, o filme começou e eu não parava de pensar…

Porque as mães não vieram? Será que estou fora de moda? Será que minha filha esta “passando mico”, será que ela paquera algum dos meninos? Será que as outras mães estão certas?

Estava totalmente perdida e inquieta. Comi o meu lanche do Mc Donald’s e o da minha filha bem no escurinho sem nem perceber. (Porque do lanche? Chegamos cedo pra comer, mas acabei guardando porque todos os amigos chegaram de repente na bilheteria e foi aquela bagunça.)

Comi. Comi sem perceber tamanha era minha ansiedade. O filme acabou na saída fingi que nem conhecia as crianças. Esperei lá fora, nos despedimos, coloquei meu braço no ombro da minha filha e dei um abraço meio disfarçado.

Pra minha surpresa, sem eu perguntar nada, ela olhou pra mim e disse:

– Mãe, não se preocupe, não acho ruim de você ir ao cinema comigo. Me sinto até mais segura!

Deu aquele sorriso que eu amo de paixão e ficamos o caminho todo de volta comentando sobre como o filme foi divertido. Demos boas risadas e até imitávamos alguns personagens.

Bom, se ela é criança ou se ela é pré adolescente eu não sei, mas eu, com 44 anos, me tornei criança vendo aquele filme, conversando com minha filha no carro e o que importa mesmo é que temos uma a outra…pra sempre!

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Roberta Corsi – Coordenadora do Movimento Gentileza Sim que tem como objetivo “unir pessoas que acreditam na gentileza” e incansavelmente positiva. Acesse  https://www.facebook.com/movimentogentilezasim esse texto foi originalmente publicado no blog Ordens e Desordens no casamento https://www.ordensedesordens.com

 

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Ser criança

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Sou brilho…

Luz intensa,

Infelizmente muitas vezes ofuscada por maus-tratos

Porém com força para resplandecer.

Sou garra

Vivo com as mãos sujas de terra,

Muitas vezes aniquiladas pela droga

ou enfraquecida pela corrente que ata, reprime,

Mas busco a força e o impulso para sobreviver.

Sou também sorriso

Brinco, pulo, faço graça, quero aplauso

Trago vida, perpetuo a espécie

Sou o presente

A esperança do futuro

Sou de todas as cores, raças, religiões, convicções políticas…

Sou cidadão, tenho direitos e deveres

Quero afeto, atenção

Estou aqui!

Brinque comigo, invista em mim

Sei que posso ir além

Permita que as etapas se deem

E que eu possa ser o que sou, no tempo certo,

Pois hoje sou apenas CRIANÇA!”

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Simara Bussiol Manfrinatti Bittar – Pedagoga, revisora, escritora, conselheira de direitos humanos. 

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A Casa do Quintal

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Debaixo da jaboticabeira não havia grama… Tinha uma terra fofinha que era meu lugar ideal para brincar.

Para esse lugar eu levava o mundo e, um dia, minhas duas bonecas me pediram uma casa… Demorei um pouco para arquitetar e construir a casa, mas quando terminei eu sabia que aquela era “A Casa”!!! Era perfeita, não faltava nada e as bonecas estava saltitando de alegria!

Tive que levantar do chão para admirar a perfeição da casa, extasiada por ter criado algo tão fantástico!!!

Na sombra da jaboticabeira perdemos noção do tempo brincando…

Mamãe me chamou para jantar quando já era escuro.

No dia seguinte fui ver a casa, mas ela sumira com a chuva… Mamãe disse que eu deveria desenhar outra igual na terra… Mas a mágica havia acabado, nunca mais consegui desenhar casa tão fantástica quanto aquela…

FOTO PERFIL Synnove

Synnöve Dahlström Hilkner É artista visual, cartunista e ilustradora. Formada em Comunicação Social/Publicidade e Propaganda pela PUCCAMP. Desde 1992, atua nas áreas de marketing e comunicação, tendo trabalhado também como tradutora e professora de inglês, com ênfase em Negócios. Nascida na Finlândia, mora no Brasil desde os 7 anos e vive atualmente em Campinas com o marido, com quem tem uma empresa de construção civil. Tem 3 filhos e 2 netas. Desde 2011 dedica-se às artes e afins em tempo quase integral – pois é preciso trabalhar para pagar as custas de ser artista – participando de exposições individuais e coletivas, além de salões de humor, especialmente o Salão de Humor de Piracicaba, também faz ilustrações para livros.É do signo de Touro e no horóscopo chinês é do signo do Coelho. Contribui para o Belas Urbanas com suas experiências de vida.

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Criar e crianças

shutterstock_287329556 (2) Belas criança

Toda criança deve ter o direito de ser criança. De brincar, de estudar, de ser cuidada e protegida, necessidades básicas de toda criança, mas infelizmente nem todas tem acesso a isso.

Gosto muito dos pensamentos infantis  e da forma que fazem conexão com as coisas. Uma vez meu filho mais velho – quando tinha 05 anos –  vendo um anão, me perguntou, porque ele era daquele jeito. Eu respondi que ele era um anão. Alguns minutos ele silêncio e ele solta: – mas mãe, porque ele não usa o gorrinho?

Tão pura sua colocação e tão forte a imagem que ele tinha dos sete anões. Olhem a influência dos desenhos e filmes em nossas crianças. Me questiono que devemos filtrar o que nossas crianças assistem.

Porém, não conseguimos filtrar tudo. Como passar um filtro sobre as coisas reais que acontecem? Não temos o poder de filtrar tantas e tantas notícias ruins que batem nas nossas telas todos os dias e que nossas crianças, cada vez mais cedo tem acesso.

Os questionamentos chegam e devem chegar, mas como explicar sem matar essa pureza infantil, que acredita no ser humano, que tem o lado bom muito maior que o mal, como?  Ah, se o mundo fosse governado pelas crianças comeríamos brigadeiro todos os dias.

A criança que brinca aprende e cresce de forma saudável.  Incentivar que meninas e meninos deixem tão cedo de ser crinças em função de mil e uma outra atividades é ignorância e frustração de um adulto que em algum momento foi tolido de brincar, porque quem de verdade viveu sua infância de forma rica sabe a importância de brincar e o impacto que isso causa na pessoa e na sociedade a longo prazo.

Brincar é criar e criar é vida. Precisamos criar o tempo todo e durante toda a vida, seja para cozinhar ou para descobrir um novo remédio. Em qualquer profissão criar é algo bem vindo, mesmo nas profissões que nos parecem mais concretas criar é o que faz o mundo ir para frente, superar o que nos parecia sem saída.

Então, que tal pensarmos um pouco sobre esse tema?

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Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde é a responsável pela autoria de todas os contos e poesias. Publicitária e empresária. Divide seu tempo entre sua agência  Modo Comunicação e Marketing  www.modo.com.br e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos.

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A Fome não é sonho!

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A fome me bate às 5 e 30 da manhã…
Toma água que passa! Tomo mas não passa….
Então a porta se abre e entram bandejas de comida, pão, café com leite, geleias, frios, mel, waffles, frutas, seguidas por ninfas flutuantes cantando “J’ai faim” ao som de harpas…
– Sshhhhh – digo num sussurro, – vocês vão acordar meu marido…
Em câmara lenta todos se voltam para mim e param, pairam no ar.
Os bandejeiros se curvam diante de mim com uma pirueta em câmera lenta.
Decido que é melhor levantar e gesticulo para que todos me sigam. Assim que fecho a porta do quarto os trompetes tocam.
Resolvida a desfrutar desse desjejum, dirijo-me à cozinha, sento à mesa e imediatamente, sentam- se nas 3 outras cadeiras, Luis Fenando Veríssimo, Coco Chanel e Pablito Picasso, cada um me perguntando, em seu idioma e ao mesmo tempo: você tem fome de quê?

Entre um gole e outro de café:
– De humor inteligente – digo ao Veríssimo que também toma um gole de café enquanto dá uma olhada no jornal que entra voando na cozinha, em busca de informação.
– da coragem de ir à luta com elegância, uma bela urbana – digo a Chanel, que pega a tesoura e corta meu cabelo chanel para parar de cair na salada de frutas.
– arte sempre! – respondo a um Picasso que está montando uma obra no prato de waffles com os frios, a geleia e finalizando com uvas…
– Sabe, na verdade, a lista é bem mais extensa, mas a mesa só tem quatro lugares – A algazarra de ninfas e trompetes quase ensurdecedora.

Chanel se levanta e começa a sair dizendo – Não abrace a fome do mundo, faça o que está a seu alcance que as peças do dominó passam a se ajeitar, uma dando um um empurrãozinho à próxima…

Pablo está na sala admirando uma reprodução de um de seus quadros – As cores do mundo existem, mesmo que alguns dias estejam em preto, branco e cinza como Guernica…

Luis Fernando Veríssimo não diz nada, pois sei que posso recorrer a seus textos atualizados quase que diariamente quando achar necessário.

A fome desiste de me bater por ora, termino meu café e o dia começa!

FOTO PERFIL Synnove

Synnöve Dahlström Hilkner É artista visual, cartunista e ilustradora. Formada em Comunicação Social/Publicidade e Propaganda pela PUCCAMP. Desde 1992, atua nas áreas de marketing e comunicação, tendo trabalhado também como tradutora e professora de inglês, com ênfase em Negócios. Nascida na Finlândia, mora no Brasil desde os 7 anos e vive atualmente em Campinas com o marido, com quem tem uma empresa de construção civil. Tem 3 filhos e 2 netas. Desde 2011 dedica-se às artes e afins em tempo quase integral – pois é preciso trabalhar para pagar as custas de ser artista – participando de exposições individuais e coletivas, além de salões de humor, especialmente o Salão de Humor de Piracicaba, também faz ilustrações para livros.É do signo de Touro e no horóscopo chinês é do signo do Coelho. Contribui para o Belas Urbanas com suas experiências de vida.

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E você, vai fazer o quê com a fome?

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A fome é miserável

Corrói

Dói

Machuca

A fome é o que falta

A fome é vontade

A fome é cinza

A fome não tem cheiro

tem nada, só nada.

A fome te dá dois caminhos

Seguir em frente e matar a fome

Ou

Parar e morrer de fome.

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Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde é a responsável pela autoria de todas os contos e poesias. Publicitária e empresária. Divide seu tempo entre sua agência  Modo Comunicação e Marketing  www.modo.com.br e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos.