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#primeiroassédio

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Os relatos de várias mulheres com  #primeiroassédio e agora com #meuamigosecreto me encantou acima de tudo como o bom uso de uma ferramenta de comunicação pode sim ser coletivamente positivo para moldar um muralzinho de histórias sobre um assunto tão comum entre as mulheres, mas tão notoriamente pouco compreendido entre os homens: O abuso sexual.

Hoje, após ler algumas experiências me senti totalmente motivada a relembrar um episódio entre outros que definitivamente me fez sentir medo e raiva.

Vamos lá:

Uma vez, bem menina, estava pedalando próximo a uma praça no bairro no qual morava em Campinas curtindo e dominando bem o ritmo da bicicleta, lembro que gostava até de arriscar uns pulinhos modestos embalada pelo som do meu walkman que religiosamente tocava titãs e plebe rude. Pois bem, de supetão fui abordada por um Chevette vinho, meu bairro era perto de uma de vila militar e pensei que o distinto gostaria de alguma informação sobre aquelas bandas, mas não.

Bem pensado ele saiu do carro e colocou seu membro para fora ordenando que eu o pegasse e me chamando de vagabundinha várias vezes. Eu morri de pavor, tinha apenas uns 13 anos.

Sai tremendo e chorando e ele rindo.

Não contei o ocorrido para meu pai com medo dele me proibir de andar de bike e definitivamente ele iria fazer isso.

Passei a noite sem dormir com um medo que oscilava para a raiva. Raiva daquele sujeito que nunca havia visto na vida toda. Quem era ele? Porque fez aquilo? Fará de novo?

Dias depois voltei a pedalar, ato sagrado para colocar algumas idéias no lugar em plena adolescência, mas quando passava perto da praça era tomada por sua horrível lembrança.

Hoje sou mãe e mulher adulta mas, aquela pequena adolescente que fui; ainda guardada dentro de mim bem que gostaria que esse senhor, se vivo, seja um brocha de merda, porque eu não tenho mais medo do Chevette vinho mas, todo homem tem medo de ser brocha.

Desculpa o rancor “amigão”, você deve ter feito isso com muitas meninas mas, hoje a gente pode falar abertamente sem culpas e temores e não escondida no banheiro. E isso, isso é demais!

Cada história dessas serve acima de tudo como exemplo do que NÃO fazer com meninas e mulheres.

É pedir muito? Que seja, afinal respeito é bom e todo mundo gosta.

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Meg Lovato – formada em comunicação social, coreógrafa e mestra de sapateado americano e dança para musicais. Tem dois filhos lindos. É chocolatra e do signo de touro. Não acredita em horóscopo mas sempre da uma olhadela na previsão do tempo.

 

 

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Sobrancelha Grossa

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Mulheres de sobrancelhas grossas são sempre melhores na cama, principalmente as morenas.

Não sei se existe algum fundamento científico, estatístico ou se é um mero palpite, mas o fato é que essa frase ressurgiu das trevas, direto pra minha cabeça naquele fim de tarde de terça-feira. O autor da frase é um grande amigo meu e que foi de uma autoridade ímpar ao proferir tais palavras na mesa de um boteco na Praça João Mendes.

Mas vamos aos fatos. Era terça-feira, eu havia saído do Fórum atrasado. Desci correndo as escadarias da Sé e entrei rapidamente no segundo vagão. Eu sempre entro no segundo vagão quando estou atrasado. E só faço isso pelo simples fato de que o segundo vagão é o mais próximo da saída na estação Paraíso. Meio ofegante pela breve corrida e pelos 7 cigarros diários, recostei-me na porta oposta como quem espera a vida passar. O vagão estava vazio naquela hora. Eram 3 da tarde. Na estação Liberdade não subiu ninguém. Na São Joaquim duas pessoas. Mas minha vida mudou na estação Vergueiro.Foi justamente lá, quando o trem abriu as suas portas, que veio à minha cabeça aquela frase profética do meu amigo.

Fiquei pasmo, quase engasguei. Ela entrou e veio na minha direção. Parou mais ou menos a um metro de distância. Eu podia sentir o seu perfume. Era um perfume doce, misturado a um leve cheiro de nicotina. Isso era sinal de que ela também fumava. Minha cabeça virou do avesso. Lembrei-me na hora de uma antiga namorada, que adorava andar nua pela casa, de salto alto e tragando o seu cigarro. O perfume era o mesmo. Procurei me concentrar na realidade daquele instante. Olhei de cima a baixo sem cerimônia. O seu corpo era perfeito. Pernas torneadas, amparadas num salto doze e unhas vermelhas. O vestido preto, levemente displicente, envolvia o seu corpo tão perfeitamente quanto a água de um banho tépido. Um pouco mais acima, os peitos mais lindos e firmes que eu poderia imaginar. Pelo menos a aquela distância e sem poder tocá-los. Mais acima ainda, o seu rosto. Um conjunto em perfeita harmonia com o universo, emoldurado por um cabelo preto liso. O cabelo era comprido o bastante para ser puxado e curto o suficiente para denunciar o seu pescoço.

Foi nesse instante que, atento a todos os detalhes, vi a sua sobrancelha. Era uma sobrancelha grossa e ela era morena. Pronto. A partir daquele instante não consegui mais pensar em nada. Só via na minha frente aquela mulher e a frase do meu amigo. Suava frio como um adolescente e olhava fixamente nos seus olhos. Ela, percebendo o meu encantamento, retribuiu e me olhou com volúpia. Não sei quantas estações se passaram, mas naquele momento só existíamos eu e ela naquele vagão. Tudo em volta virou nuvem de esquecimento.

Num dado momento ela abriu a bolsa cuidadosamente. Ela o fez como se fosse revelar um segredo. Pegou uma bala, desembrulhou cuidadosamente e colocou na boca sorrateiramente. Depois, pegou uma caneta, esticou o papel da bala contra a sua pasta e escreveu algo nele. Guardou a caneta e dobrou várias vezes o papel da bala. Ela fez tudo isso sem tirar os olhos de mim.

O trem parou na estação São Judas e a porta abriu atrás de mim. Ela andou na minha direção, passou rente ao meu corpo e colocou o papel da bala no meu bolso. Meu coração disparou. A porta fechou, o trem começou a andar e ela me lançou um último olhar antes que o trem sumisse escuridão adentro.

Abri o papel rapidamente, mas não sei por que não tive coragem de olhar pra ele. Tive medo do que estaria escrito nele. Seria o número do seu telefone? Era o mais provável que fosse. Mas se não fosse o número e sim algumas palavras sem sentido ou um rabisco. Claro, ela poderia ter só rabiscado o papel. Afinal ela nem olhou pra ele quando escreveu. Devia ter percebido o meu estado de criança na frente da vitrine de uma sorveteria. Ela só podia estar brincando comigo. Que mulher me daria o seu telefone sem mais nem menos. Seria um presente dos deuses? Ainda mais uma mulher morena de sobrancelhas grossas? Não, isso não seria possível. Mas e se fosse? Era melhor então eu ler logo o que estava escrito no papel e acabar logo com a agonia. Tudo se resolveria rapidamente. Eu desceria, ligaria pra ela e em seguida ligaria pro escritório dizendo que não tinha passado bem e que iria pra casa. Ela estaria me esperando com um champagne. Abriria a porta e me daria um longo beijo. Tiraria minha gravata com violência, enquanto eu me apressaria em arrancar o seu vestido. Nos jogaríamos ao chão e transaríamos como animais a dilacerar suas presas. E então, no momento sublime do gozo, eu olharia bem nos seus olhos, emoldurados por aquela sobrancelha grossa, e gritaria rompendo o silêncio daquela tarde morna.

Tomei coragem e resolvi ler o que estava escrito no papel. Nesse instante o trem parou, abriu a porta, um office boy entrou correndo e me deu um encontrão. O papel voou da minha mão e foi cair direto no vão entre a estação e a plataforma. Olhei desolado. Tentei esboçar uma reação, mas fui impedido pela porta que se fechou a minha frente. Respirei fundo. Não havia nada mais a fazer. Apenas descer na estação Jabaquara e tomar o trem de volta pro Paraíso.

Nunca vou saber o que estava escrito naquele papel. Nem tão pouco se as mulheres de sobrancelhas grossas, principalmente as morenas, são sempre melhores na cama.

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Gil Guzzo – é autor, ator e diretor. Em teatro, participou de diversos festivais, entre eles, o Theater der Welt na Alemanha. Como diretor, foi premiado com o espetáculo Viandeiros, no 7º Fetacam. Vencedor do prêmio para produção de curta metragem do edital da Cinemateca Catarinense, por dois anos consecutivos (2011 e 2012), com os filmes Água Mornas e Taí…ó. Uma aventura na Lagoa, respectivamente. Em 15 anos como profissional, atuou em 16 peças, 3 longas-metragens, 6 novelas e mais de 70 filmes publicitários. Em 2014 finalizou seu quinto texto teatral e o primeiro livro de contos. É fundador e diretor artístico do Teatro do Desequilíbrio – Núcleo de Pesquisa e Produção Teatral Contemporânea e é Coordenador de Produção Cultural e Design do Senac Santa Catarina. E o melhor de tudo: é o pai da Bia e do Antônio.

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Escrevo poesia como quem…

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Escrevo poesia

Como quem pede socorro

Como quem toma um remédio

Como quem se sente zonza sem beber

Como quem não quer falar

Ouvir, apenas ouvir

Como quem esquece o ano que está

A idade que tem

Como quem escuta o cachorro latir

e não sai do seu lugar para ver o que é.

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Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde escreve contos, poesias e crônicas no divã desse blog. Publicitária e empresária. Divide seu tempo entre sua agência Modo Comunicação e Marketing  www.modo.com.br e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa 🙂

 

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Batom Vermelho

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Todos os dias acordo com um beijinho do meu marido, levanto, faço café, o lanche das crianças e depois que eles se vão…começa o MEU dia!

Tem dias que não dá tempo pra passar batom, tem dia que passo batom cor de boca, mas tem dia que passo batom vermelho!

E ai? O que tem demais nisso?

Hoje percebi que tem muuuuuita coisa. Passar batom vermelho pra mim, significa que estou animada naquele dia, que meu espírito quer liberdade, quer estou mês sentindo poderosa, que minha auto-estima esta “bombando”!

Hoje acordei assim, entrei no carro para fazer minhas coisas e fui pegar o batom vermelho quando….

Olhei pra mim e estava de bermuda, camiseta (não muito moderna) e de alpargatas…desisti!

Foi ai que percebi que o batom vermelho é mais que um simples batom.

Ele é uma declaração do seu estado de espírito, mas um espírito que esteja em um corpo coberto por uma roupa bem transada, de um sapato de salto, um colar curto e um cabelo desfiado.

Snif…estou sem batom vermelho agora, mas me aguardem…assim que voltar do mecânico e chegar em casa…serei outra mulher!

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Roberta Corsi – Coordenadora do Movimento Gentileza Sim que tem como objetivo “unir pessoas que acreditam na gentileza” e incansavelmente positiva, para conhecer o movimento acesse https://www.facebook.com/movimentogentilezasim 

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Fragmentos de um diário – 12

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É impressionante como as vezes somos induzidos em nossas condutas, muitas vezes por darmos ouvidos a fofocas ou comentários maldosos não percebemos o quanto isso é ruim e vamos ficando inflados, uma hora estouramos e sempre estouramos com a pessoa errada, da forma errada.

Perceber a diferença entre as pessoas que são autênticas e as que ficam com leva e traz as vezes é difícil, muitas vezes estamos tão envolvidas que não percebemos.

Ouvir nosso instinto é meio primitivo, mas da certo, muitas vezes o ignoramos por ser algo realmente primitivo e sem explicação lógica.

Eu sou muito lógica e por isso tenho dificuldade de ouvir e aceitar esse tipo de intuição…. mas essa intuição insiste e é forte.

Fico procurando certezas, explicações para os fatos, mas aceitar que em determinados momentos não existe certeza e que é só intuição e segui-lá é o melhor caminho.

Se algo incomoda sem razões concretas, deve ser ouvido; a intuição, a voz do coração, sei lá o que é, só sei que devo ouvir.

PS.: Vou desligar as batatas.

08 de setembro – Gisa Luisa – 37 anos

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Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde é a responsável pela autoria de contos e poesias, mas também e atreve a escrever no divã desse blog. Publicitária e empresária. Divide seu tempo entre sua agência Modo Comunicação e Marketing  www.modo.com.br e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. A personagem Gisa Luiza do “Fragmentos de um diário” é uma homenagem a suas duas avós – Giselda e Ana Luiza.

 

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Sobre o Terror e a dor!

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Desde 2001 o mundo está diferente, o terrorismo deixou de ter fronteiras e pode atingir qualquer um em qualquer lugar.

2015 foi um ano particularmente marcante.Charlie Hebdo em janeiro , estudantes mortos pelo Boko Haram em uma universidade no Quênia, Refugiados que fogem da barbárie, mulheres sequestradas e escravizadas. Tudo em nome de uma visão de religião podre e extrema que prega a morte como pena aos infiéis dessa religião.

O islamismo é usado como desculpa para o terror, assim como o judaísmo, o catolicismo já foi, e no Brasil, a bancada evangélica no governo, machista, homofóbica e ignorante, ganha cada vez mais poder.

Temos  também o problema do governo brasileiro, que pela corrupção e negligência permitiram situações como a da lama em Mariana, MG, morte de pessoas e do Rio Doce, gerada pela ganância de uma companhia, sem contar as vítimas da violência do tráfico de drogas no país , violência imaginável ou não, em todo o mundo , a situação é surreal.

E nas redes sociais você é obrigado a optar por solidarizar com uma situação ou outra, como se em nossos corações não tivesse espaço para todas as dores do mundo!

Não nos esqueçamos que em 2016 o Brasil sediará as Olimpíadas e os olhos do mundo se voltarão para cá.

Por fim, enquanto for permitido justificar a violência pelas religiões, está errado! É errado!!!

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Synnöve Dahlström Hilkner É artista visual, cartunista e ilustradora. Nasceu na Finlândia e mora no Brasil desde pequena. Formada em Comunicação Social/Publicidade e Propaganda pela PUCC. Desde 1992, atua nas áreas de marketing e comunicação, tendo trabalhado também como tradutora e professora de inglês. Participa de exposições individuais e coletivas, como artista e curadora, além de salões de humor, especialmente o Salão de Humor de Piracicaba, também faz ilustrações para livros. É do signo de Touro, no horóscopo chinês é do signo do Coelho e não acredita em horóscopo.  

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As histórias nunca contadas

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Algumas histórias simplesmente acontecem e nunca são contadas, ou são contadas para poucos e se tornam segredos… O assédio sexual é particularmente torturante por colocar a vítima no papel de culpada, algumas histórias foram contadas a mim no decorrer de anos e eu coloco aqui alguns casos:

  1. Aos doze anos, corpo de moça formado, mas criança ainda, ela um dia acompanhou a mãe ao médico. Em um momento sozinha com o médico, este lhe pediu que se aproximasse e, não vendo maldade, ela se levantou e foi até ele. Para sua surpresa ele a abraçou de modo constrangedor e deu um beijo em seu seio pré-adolescente por sobre a blusa… Ela não soube o que fazer, sentiu vergonha, ficou imaginando se tinha entendido errado aquele gesto desconfortável e só queria sair de lá… Mais de trinta anos se passaram e um dia o médico foi preso por assediar uma paciente de 15 anos durante um exame, mas a testemunha, secretária do médico, foi desacreditada por ter trabalhado como recepcionista em uma casa noturna e a justiça determinou que o exame do médico exigia mesmo umas apalpadas sem-vergonha… Ela acompanhou tudo pelo jornal imaginando se era hora de se manifestar, mas nada fez.
  2. No dia de seu casamento, o dia mais feliz de sua vida, radiante, ela levou uma cantada desagradável de um sujeito que ela acreditava ser amigo, não havia nenhum engano e foi desumano… Ela não soube o que fazer e nada contou.
  3. Quando começou a trabalhar, um colega perguntou, do nada, se ela toparia ter um caso… Era seu segundo dia no trabalho. Ela não soube o que fazer, será que ela tinha provocado a situação sem perceber?
  4. O noivo da melhor amiga lhe lançava olhares desconcertantes… Ela não soube o que fazer e nada contou. Anos mais tarde, sua sobrinha lhe disse que o mesmo sujeito a olhava de maneira estranha e desconcertante, mas a sobrinha temia estar fazendo mal juízo dele. Então ela disse para a sobrinha o que fazer. Acredite sempre na sua intuição!
  5. No dia do vestibular, a amiga foi ao banheiro sozinha… Sabe-se que mulheres vão ao banheiro em bando, é piada, o que elas fazem? Fofocam? Mas a amiga foi sozinha, o banheiro do Campus estava vazio exceto por alguém… Nesse dia a amiga foi estuprada e morta antes de prestar vestibular. O assassino nunca foi preso.

Não, amiga, garanto, você não é responsável pelo assédio que sofre, o culpado é quem assedia. Você não está fazendo mal juízo de alguém. Se você tem motivo para desconfiar, tenha certeza! Uma pessoa de bom caráter saberá te conquistar, o mau caráter só quer te agredir para dar prazer a si mesmo.

Um último conselho: Continue indo para o banheiro com as amigas, vocês colocam o papo em dia e se protegem, deve haver uma razão histórica para esse nosso ato.

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Synnöve Dahlström Hilkner É artista visual, cartunista e ilustradora. Nasceu na Finlândia e mora no Brasil desde pequena. Formada em Comunicação Social/Publicidade e Propaganda pela PUCC. Desde 1992, atua nas áreas de marketing e comunicação, tendo trabalhado também como tradutora e professora de inglês. Participa de exposições individuais e coletivas, como artista e curadora, além de salões de humor, especialmente o Salão de Humor de Piracicaba, também faz ilustrações para livros. É do signo de Touro, no horóscopo chinês é do signo do Coelho e não acredita em horóscopo.  

 

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Belas Urbanas

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SER OU NÃO SER?

É CLARO QUE SOU

No calor do dia

Na brisa da noite

No almoço do meio dia

No carro

Com os filhos

No trabalho

Com os pais

No almoço do domingo

De biquíni no clube

De chapéu na praia

Na balada

No jantar a dois

No meu aniversário

No seu aniversário

Com as amigas

Com os amigos

Triste

Feliz

Comendo pão na padaria

Tomando cafezinho

No escuro do cinema

No meio do quarto

Na sala

No verão

No chão

Na contramão

Quando choro

Suando a camisa

Deitada no sofá

Esperando

No parto

Na saída

Quando abraço

No expresso que passa

Eu me apresso

Me enxergo

Me expresso

Todo dia e cada dia de uma forma.

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Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde escreve contos e poesias, mas também e atreve a escrever no divã desse blog. Publicitária e empresária. Divide seu tempo entre sua agência Modo Comunicação e Marketing  www.modo.com.br e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa 🙂

 

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Sem rótulos

shutterstock_260224184 (1) mulher em pose de luta

Outro dia, numa conversa sobre feminismo, me disseram que se eu não julgo que sou inferiorizada por ser mulher é porque fui programada por uma sociedade machista e sou uma vítima de minha própria história.

Desculpa, mas tenho que discordar. Não vou dizer que somos tratadas como iguais em muitas circunstâncias, mas jamais vou me considerar ou agir como vítima. Já passei por algumas situações constrangedoras por ser mulher e talvez alguns desavisados me considerarem frágil e se atreverem a um avanço não solicitado, mas acho que o que nos faz mais vítima de uma situação é a forma como lidamos com ela.

Sou uma pessoa muito expansiva e carinhosa com àqueles que conheço e muitas vezes isso foi confundido. Muitas vezes tive que “desenhar” para amigos ou colegas o tipo de relação que tínhamos… desagradável, sim, mas sempre fui muito clara com as pessoas e isso sempre deu certo.

Há alguns anos passei por uma situação um pouco mais delicada. Eu trabalhava com uma amiga e tinha uma ótima relação com a família dela. O marido e o pai dela sempre me davam carona ou me levavam o que comer quando ficava presa no trabalho. Um dia, como estávamos com os horários muito apertados, ela pediu para o pai me levar em casa para ser mais rápido. Pois bem, no meio do caminho ele simplesmente enfiou a mão com toda força nas minhas pernas. Levei um susto enorme e na hora falei um monte para ele. Deixei bem claro que ele não tinha o direito de fazer aquilo e confesso que nunca mais troquei uma palavra com ele. Não contei para minha amiga. Não por vergonha, mas por saber que àquilo machucaria mais a ela do que a mim.

Fui vítima?! Talvez da ignorância e do machismo dele,um homem bronco que talvez achasse que podia tornar para si tudo que queria. Mas não me considero vítima no sentido estrito da palavra, pois reagi na hora e disse para ele tudo o que eu achei que ele precisava escutar.

Não temos os mesmos direitos ainda. Trabalhamos muito mais para provar que somos competentes, mas antes de sermos vítimas, somos guerreiras! Não preciso que ninguém me diga o que posso ser ou não, como devo ou não me sentir, sejam machistas ou feministas.

Tenho direito de não me sentir oprimida e de ser responsável por cada vitória minha! Rótulos não me servem!

Que me desculpem as feministas.

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Adriana Rebouças – Formada em Publicidade. Cursou gastronomia no IGA – São José dos Campos Publicitária de formação e Chef por paixão. Sócia do restaurante chama EnRaizAr e fica dentro de um espaço de yoga e terapias que se chama Manipura em São José do Campos – SP.

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Primeiro Assédio

shutterstock_323363765 painel homem e mulher

Estava nos primeiros dias do ano letivo. Casa nova, colégio novo.
Por volta de 6h30min descendo a avenida Ângelo Simões em Campinas, fumando um cigarro ( sem motivo algum pra me ‘aparecer’, não tinha uma alma viva na rua), 16 anos, segunda série do ensino médio.
Um cara de meia idade surge, pergunta as horas e respondo não ter relógio. Ele pede um cigarro, me viro pra retirar um da bolsa, quando fui surpreendida por um “abraço”, onde seu braço envolvia minha cintura e sua mão fechada me forçava a costela esquerda.
Desesperada, tremendo, tentando manter a calma e olhando ao redor, procurando qualquer outro ser humano, recebo a primeira frase:
– Se der algum sinal, te mato!

Entre súplicas e pedidos para que ele me deixasse ir, um carro passa lentamente, ele sorri e o carro segue adiante.
Chegamos em um balão, ele se vira, ainda na posição onde me prendia pela cintura e aponta para um matagal, onde pronuncia sua segunda frase:
– Nós vamos ali.
Desisto de manter a calma, caio no choro e começo a implorar freneticamente pra que me solte. Ele ri e pronuncia sua terceira e última frase:
– Ta chorando por quê? Fica quietinha…
Ao atravessar a rua, o braço dele se cansa, e ao tentar retomar a força, consigo me soltar e corro como nunca corri na vida, chego em uma padaria e não consigo explicar nada, é um misto de choro com um enjoo que não passaria tão cedo.

Esse foi o ‘primeiro’ assédio que me marcou.

Não que eu nunca tenha sido desrespeitada antes.
Não que algum cara nunca tenha me mostrado sua genitália.
Não que um (s) cara (s) nunca tenha (m) me encoxado no transporte público e certa vez até iniciado uma masturbação, sim, no transporte público e lotado.
…. As histórias são muitas.
Eu tive sorte na primeira vez, se é que posso dizer isso.
Aprendi que não devemos nos calar.

Mulheres, se ajudem, não se calem, a culpa nunca é da vítima.

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karla Ferreira – Escorpiana, de personalidade forte, não gosta de nada que não seja intenso, tem preguiça de pessoas insossas. Para ela cada dia é uma batalha, vive profundamente e tem horror ao tédio.