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Ruínas da memória

A morte dói. Dói para quem fica. Dói quando vem inesperada. Dói quando é esperada também. Dói em qualquer idade.

A morte é um soco na alma de quem fica. É ruína. É um presta atenção, uma reflexão de quem fica sobre quem vai. Não importa mais para quem vai quando já foi.

O tal do “nunca mais” é tempo demais. A certeza da eternidade da alma que vai, não temos. Podemos ter fé, crença, certeza não.

Certeza temos do que fica por aqui. A alma que vai, deixa. Deixa sua história, seus pensamentos, legados. Deixa saudades, alegrias, tristezas, ensinamentos, lamentos, raiva, amor, amizade. Continua viva na lembrança de quem a conheceu.

Quando pensamos na morte, pensamos na vida, na nossa vida e aí vem todos esses questionamentos. Quem é você para cada vida que convive? Para algumas vidas está entre os personagens principais. Para outros pode ser um personagem menor. Em outros casos pode ainda ter aquela participação especial. Para bilhões de vidas, um nada.

Vem a tona a questão: Será que exerço o meu melhor papel em cada vida que convivo? Não importa o tamanho, a questão é: exerço esse papel com a minha coerência ou sou um blefe de mim mesmo?

Não escolhemos o papel, mas escolhemos como vivê-lo. Como aqui estamos falando da vida de verdade, estamos falando de nós mesmos. Vivo como quero? Faço o que acredito?

Muitas pessoas passam pela nossa vida das mais diversas formas. Nunca seremos iguais para todos, e acredite, tem que ser assim.

Alguns vão te amar, te admirar, vão querer ser como você, alguns vão gostar da sua companhia, outros vão estar loucos para te ver longe, te chamarão de pedante, te acharão engraçado, falso, depressivo, coração mole, firme, trabalhador, sonhador, chato, alegre.

A única coisa que importa é ser quem se quer ser. A tal da coerência com você mesmo. Se o outro vai entender não é certeza, mas as chances para isso são muito maiores e consequentemente as relações são verdadeiras e intensas.

Pessoas blefe não vivem bem e não sobrevivem por muito tempo na memória de ninguém.

Já que a vida é finita, como você escolhe viver os seus papéis?

Eu escolho as ruínas da minha memória. Eu escolho ser de verdade.

Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde escreve contos, poesias e crônicas. Publicitária e empresária. Divide seu tempo entre suas agências Modo Comunicação e Marketing  www.modo.com.br, 3bis Promoções e Eventos e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa :)

FOTO – @gilguzzo do arcervo do O FOTOGRAFICO  www.ofotografico.com.br © Gil Guzzo – Proibida qualquer tipo de reprodução das imagens sem autorização. Imagens protegidas pela Lei do Direito Autoral Nº 9.610 de 19/02/19

 

 

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Navegue-me

Navegue-me.

Nem todos meus mares são bravios.

Veleje-me.

Não receie as minhas ventanias.

Mergulhe sem medo,

Nem todas minhas águas são frias.

Não tema minhas tempestades,

Pois sou também mar manso,

Baía.

Descubra-me.

Meu mundo, tão novo

Guarda velhos segredos,

Águas amigas, inspiração.

Sim, há em mim oceanos infindos,

Mergulhos, os mais lindos,

Mistérios e imensidão…

Alda Nilma de Miranda – Bela Urbana, publicitária, autora da coleção infantil “Tem planta que virou bicho!” e mais 03 livros saindo do forno. Gosta de tudo que envolve tinta e papel: ler, desenhar e escrever, mas o que gosta mesmo é de inventar motivos para reunir gente querida. Afinal, tem coisa melhor que usar o tempo para estar com os amigos?

*esta poesia foi selecionada para o Prêmio São Francisco Xavier de Literatura e será publicada na Antologia SFX 2017

 

 

 

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No aconchego de casa..

O inverno chegou e veio em todo seu esplendor, não é? Que tal aproveitar esse friozinho ( puro eufemismo, claro) e reunir os amigos, juntar uns cobertores e preparar uns caldinhos para se aquecer e jogar um pouco de conversa fora?

Estamos vivendo em um tempo de muita informação, correrias sem fim, relacionamentos líquidos e virtuais, mas muito pouca interação verdadeira. É claro que o dia a dia acaba nos levando a escolhas cada vez mais práticas e rápidas, mas que tal tirar um tempinho para resgatar as relações ao redor da mesa e levar de brinde mais saúde física e mental?

Minha proposta? Invista nas sopas, caldos ou cremes (os nomes são apenas variações gastronômicas para as texturas, ok?); eles aquecem, dão uma sensação de conforto e, com os ingredientes certos, ainda podem proporcionar uma melhoria no sistema imunológico, reduzindo a incidência de doenças associadas ao inverno. Ah! E se você convidar os amigos para dividir essa experiência, ainda tem o conforto emocional, a alegria da partilha…que também ajuda a prevenir muitas doenças. ”Pessoas felizes são mais saudáveis”!

Sem ideias do que fazer? Abuse das especiarias! Cardamomo, gengibre, anis estrelado, canela, páprica, açafrão… Todas têm propriedades anti-inflamatórias e são termogênicas, o que vai ajudar a te aquecer…

Não conhece algumas delas? Vá a uma casa de produtos naturais ou na sessão de temperos do supermercado e se divirta. Experimente, ouse, saia da caixinha!

Sabores são muitos! Mandioquinha com açafrão, abóbora com gengibre, beterraba com cenoura e cardamomo, feijão com páprica…e mais um monte de combinações a sua escolha. Todos deliciosos, quentinhos e, com as companhias certas, uma experiência única e renovadora.

E aí? Que tal tentar esse encontro no aconchego de casa? Eu garanto que é demais!

Adriana Rebouças – Bela Urbana, formada em Publicidade. Cursou gastronomia no IGA – São José dos Campos. Publicitária de formação e Chef por paixão. Sócia do restaurante EnRaizAr que fica dentro de um espaço de yoga e terapias que se chama Manipura em São José do Campos – SP.

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EU QUERO

EU QUERO QUE SE FODA! Era o que eu já tive vontade de dizer. QUERO QUE TUDO SE EXPLODA! Era o que eu acreditava ser o melhor. EU QUERO MORRER! E hoje em dia, milhares dizem o mesmo sem nem saber o porquê. Sabe, as vezes eu me sinto profundamente triste. Mas não triste com o mundo, minha vida, ou meus amigos e família. Triste com tudo. Se tudo pode ser definido como algo possível, eu me sinto triste por isso. As vezes tudo o que desejamos é não estar, não ser quem somos e como somos. Não sermos aquele estudante do ensino médio, a dona de casa que cuida sozinha de seus filhos, o mendigo que mora na rua, o ricaço que vive no alto da colina. Isso não é bom o bastante. Não importa como ou a razão disso, mas ficamos insatisfeitos. Já a criança na rua, a senhorinha da igreja, o cachorro que late sem parar… Eles estão satisfeitos e felizes. Mas existe felicidade? Será possível um simples sorriso ou abraço nos darem aquilo que tanto queremos? Ser satisfeito, completo, iluminado, rico, casado, amado… Será que apenas isso dará o que queremos? Ou a vida é apenas seguir em frente, procurando novos problemas e soluções? Acho que nunca saberei. Mas no fundo, acho que ninguém sabe.

Igor Mota – Belo Urbano, um garoto nascido em 1995, aluno de Filosofia na Puc Campinas do segundo ano. Jovem de corpo, mas velho na alma, gasta grande parte de seu tempo mais lendo do que qualquer outra coisa. Do signo de Gêmeos e ascendente em Aquário, uma péssima combinação (se é que isso importa).

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Imaginação

Ouvi o celular

o som era do meu

só ouvi

nitidamente ouvi

agora parou

ouvi docemente por alguns segundos

musicalmente se encaixa melhor

toca, não toca

é só imaginação

o som dos carros ao fundo

o resto é quase silêncio

mas minha imaginação

teima em trabalhar

Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde escreve contos, poesias e crônicas nesse blog. Publicitária e empresária. Divide seu tempo entre suas agências Modo Comunicação e Marketing  www.modo.com.br, 3bis Promoções e Eventos e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa :)

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Somos feitos de sonhos

Conversando e contando como a vida estava, ouvi de uma amiga muito querida, em um café da manhã, depois de muito tempo sem vê-la, que ela estava bem hoje, mas ficou um tempinho sem capacidade de sonhar. Essa frase me acertou um soco no estômago, na face e na alma.

Era a frase que eu procurava para definir o tempo em que me encontro. A incapacidade de sonhar é tão escasso, tão medíocre em nossos pensamentos que te engole como um rolo compressor. E o mais surpreendente que não nos atemos e nem percebemos quando essa falta de sonhos se instala. E pensar que sempre fui feita de sonhos, concretizei quase todos. Me perguntei nessa mesma manhã o porque dessa falta… acredito pela mesma força que nos impulsiona a seguir sonhando. Nossos pais, amigos e quem quer que se condicionem a um padrão, nos consomem com suas palavras nada animadoras. Você comenta: quero viajar para Austrália, conhecer o Japão por exemplo e você tem quase sempre como resposta: com que dinheiro? Ou até sonhos profissionais, obter um equipamento novo, um curso e lá vem de novo, como você vai conseguir? Até quando seguimos as regras e padrões dos outros?  Crescemos e amadurecemos, mas esses malditos padrões nos perseguem.

Aí o tempo passa e nos enchemos de vídeos positivos, frases de efeito para poder sobreviver e resgatar a capacidade de sonhar. Deixar a onda passar… depois de um tubo daqueles. Precisamos caminhar, mas  como o bom Chapeleiro de Alice, já estamos em tempo de perdoar e esquecer ou esquecer e perdoar e seguir em frente. Nos sentimos tantas vezes reféns de outrem ou de circunstâncias. Seguimos em frente… e fico com uma frase mais pertinente e que bem dizia a minha mãe: Somos sozinhos querida, somos sozinhos!

E somos, e por muitos anos essa frase parecia solitária, pobre e sem valor no meu inconsciente, até que fez todo sentido, finalmente, somos sozinhos sim, não depositemos nossos sonhos nas palavras de outros, sigamos em frente contando conosco, com nossa força de sonhar. Não há poder maior.

Macarena Lobos –  Bela Urbana, formada em comunicação social,  fotógrafa há mais de 20 anos, já clicou muitas personalidades, assim como grandes eventos, trabalhos publicitários e muitas coberturas jornalísticas, segue seu site: www.macarenalobosfotografia.com, hoje seu foco está voltado para a arquitetura, você pode conhecer mais no site: www.arquiteturaemfoto.com.br. De natureza apaixonada e vibrante, se arrisca e segue em frete. Uma grande paixão é sua filha. 

 Foto: Marcarena Lobos

 

 
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Teto ao acordar

Manhã. Sol. Abro os olhos e vejo o teto acima de mim. Teto branco da mesma maneira que tetos brancos geralmente são. Brancos com leves imperfeições. Já reparou nas imperfeições do dia a dia? Nada, visualmente falando parece perfeito. A flor no vaso teve uma folha comida por um inseto. A pessoa mais linda do mundo que viu na rua, tem uma espinha na ponta do nariz. O gato que você tanta ama como bichinho de estimação tem um leve odor do peixe que ele comeu há pouco. Da mesma forma o meu teto. É um bom teto que cumpre seus afazeres de teto. Fica em cima da minha cabeça. Não deixa chuva entrar. É branco. O que mais posso esperar dele? Que seja liso perfeito e maravilhoso? Não o é. Mesmo as coisas mais lindas não são perfeitas. Tem pequenas falhas que estragam a sua perfeição. O que não é ruim de jeito nenhum. Olhe para o seu teto. Se ele for branco como o meu talvez consiga enxergar. Verá pequenas manchas nele. Sujeira. Talvez até mesmo uma teia de aranha em algum canto. Mas ele ainda assim será perfeito a seu modo. Pois mesmo imperfeito eu ainda vejo o teto sobre minha cabeça. Como posso eu exigir a perfeição dele sendo eu mesmo não perfeito? Ninguém o é de fato. Mas ai que esta a graça e a beleza disso tudo. Se tudo fosse perfeito, o mundo seria muito mais sem graça. O que seria da beleza, se nós não soubéssemos o que é a feiura? Nós saberíamos o que é belo? Entenderíamos e apreciaríamos a beleza das pequenas coisas? É o que pensei ao olhar para o meu teto essa manhã. Depois eu fiz é claro o obvio. Ainda tinha um tempo. Virei para o lado e voltei a dormir mais um pouco.

Igor Mota – Belo Urbano, um garoto nascido em 1995, aluno de Filosofia na Puc Campinas do segundo ano. Jovem de corpo, mas velho na alma, gasta grande parte de seu tempo mais lendo do que qualquer outra coisa. Do signo de Gêmeos e ascendente em Aquário, uma péssima combinação (se é que isso importa).

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Baby

Baby eu sei que você está bravo comigo

Brabo, bravo não importa

Baby me perdoe

Mas não da pra ser assim

Eu gosto de você, mas é desse jeito Baby

Você sabe que ando ilegal por aí

Desta vez não da para ser com você

e não me venha com essa que eu te quebrei

Bobagem essas frases feitas

Baby, eu sou assim me perdoe

Podemos continuar amigos

Você vai me ler

E eu vou te ver

Mas desta vez não vou te levar

Eu preciso ir

e rir

Baby a gente se vê por aí

Baby não chore

Baby eu gosto de você

Só que é desse jeito

Sem documento

Sem compromisso

Baby não me espere

Baby não fique assim

Baby não chore por mim

Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde escreve contos, poesias e crônicas nesse blog. Publicitária e empresária. Divide seu tempo entre suas agências Modo Comunicação e Marketing  www.modo.com.br, 3bis Promoções e Eventos e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa :)