Pensei muito antes de escrever aqui… mas preciso por pra fora… pra eu ficar em paz.
Esses dias fiquei sabendo por um amigo em comum, que o pai dos meus filhos irá se casar de novo. Até aí tudo bem, que seja feliz nessa nova etapa de vida… é um direito dele, como é meu também…
Desejo do fundo do meu coração, que ele não faça com a sua nova esposa e família o que que fez com a antiga família.
Só estou escrevendo, porque tive essa conversa com um dos meus filhos, que tem o mesmo desejo que eu… mas que lembra com tristeza do pai que teve… um pai ausente de amor, de carinho de amizade… um pai que pisou em seu primeiro vídeo game por puro prazer, um pai que só porque ele e seu irmão mais velho estavam rindo ao ver um programa na TV, foi motivo dos dois apanharem… um pai onde um filho pede um sorvete e isso vira motivo para levar bronca, um pai onde foi ver seu filho jogar futebol (e para quem conhece esse meu filho, sabe como ele ama futebol), fala que ele jogou mal, sendo que nesse dia ele foi o melhor em campo, (palavras do treinador)…. do pai que não levava seus filhos para passear porque o mesmo, chamava seus filhos de rabo… e se não fosse esse meu filho, me salvar…hoje não estaria aqui escrevendo, pois, ele viu o pai traiçoeiramente me dar um murro na nuca.
Tenho o filho mais velho, que nunca teve um pai… pois me lembro como fosse hoje, quando liguei para esse cidadão, dando a notícia que estava grávida ele me xingou e quando chegou em casa me bateu. Apanhei outras vezes durante a gravidez… esse filho, ficou sem conversar mais de dez anos com esse pai… o pai sempre falava que ele seria um vagabundo… não seria ninguém na vida… graças a Deus, a praga não pegou.
Com meu filho do meio, ele quase não falava nada, pois o mesmo batia de frente…
Vivi com essa pessoa por vinte e sete anos, e de verdade, eu me pergunto o porquê de tanto tempo.
Vivi aprisionada, pois não podia ter minha opinião própria, não podia trabalhar, depois de muitos anos de casa, consegui um emprego onde eu morava, gostava e muito… só que aí, ele falou para eu ficar em casa que ele me pagava.
Quando estava grávida do meu filho mais novo, ele saiu do apartamento onde morávamos, para agarrar uma vizinha…todo mundo sabia da história, menos eu… até o marido da mulher me chamar pra conversar.
Passear? (risos irônicos), passeávamos muito aos domingos… me colocava no carro, e me levava para dar volta no castelo. Detalhe, sem descer do carro e porquê os filhos eram rabos.
Sempre colocava seu órgão genital pra fora e me obrigava ficar segurando…
Ir em almoço de família? Não podia pois, falava que minha família não gostava de mim…me aturavam por obrigação…
Me obrigou a andar de carro com ele, sem blusa…
Bem… sei que muitos, não tem nada com a minha vida e minha história… mas precisava por pra fora…pois hoje, o cidadão, viaja, come fora, hoje ele não tem os rabos…. a vida ficou mais fácil… fazem seis anos que sou divorciada, e desde então, ele nunca mais teve contato com os filhos.
Na conversa que eu tive com meu filho mais novo, chegamos a conclusão que, por mais que doa pra eles, filhos, (me dói por ver o lado dos meninos, porque fui eu que não quis mais o casamento ). Vamos seguir em frente, porque o estrago emocional, psicológico que ele nos causou é grande sim,.(por mais que eu seja uma pessoa alegre, só eu sei os FANTASMAS que eu carrego ainda), decidimos não sofrer mais com isso, porque enquanto a gente sofre, ele não tá nem aí…
Desculpem pelo texto, pelos erros de português… mas precisava vomitar…
Quando eu decidi dar um BASTA num relacionamento abusivo, busquei compreensão das situações onde eu me considerada culpada ou ainda merecedora de tais abusos ou violência, me questionando: “O que tenho que fazer para não acontecer de novo?”, “Será que estou sendo muito permissiva?”, “Por que a pessoa que deveria ser parceria de todas as horas, me agride? Onde tenho errado, será minha roupa, algo que falei ou fiz?”, “Será que sou eu que sempre faço algo que desencadeia essa reação na pessoa?”, “Qual será meu defeito?”…
Eu tinha tantas perguntas sem respostas, querendo justificar o injustificável, que fui procurar ajuda de uma psicóloga, e com suas orientações fui instruída a ser eu mesma, testando com as demais relações que eu mantinha: amigos, filhas, parentes, colegas de trabalho, enfim… Sem justificar o porquê das coisas e das minhas escolhas, apenas experimentar ser eu mesma.
Confesso que num primeiro momento, me senti totalmente perdida, porque há muitos anos eu abria mão das minhas preferências, as quais se perderam no tempo, eu passei a me contentar com o que era possível ou restava das preferências alheias. Mas aos poucos fui me encontrando, consegui resgatar a autoestima e a autoconfiança, cada vez que eu mergulhava mais fundo e pra dentro.
Nessa jornada na busca pela autoestima, resgatei valores e princípios que são fundamentais para sustentar qualquer relação: Respeito, Comunicação, Desapego, Reciprocidade e Aceitação. A prática desses princípios trouxe à luz da consciência a forma como tornando minhas relações mais construtivas a medida em que os laços se estreitam.
Praticar o autoamor foi e continua sendo fundamental para que minhas relações não sejam tóxicas, abusivas ou violentas.
Quando decidi trazer o tema Relacionamentos Abusivos para o
Belas Urbanas, não tinha noção real da complexidade do tema.
Nesse período de seleção dos textos, conversei com muitas
mulheres, mas quero deixar claro que não são só mulheres que são vítimas, assim
como não são só relacionamentos “amorosos” héteros que são abusivos, está
também nos relacionamentos homoafetivos e em todos os tipos de relações, entre
amigos, no trabalho, entre pais e filhos.
As histórias dos casais héteros se destacam porque muitas
vezes terminam em feminicídio. Palavra que se tornou recorrente nos últimos
anos e mais ainda, nesse período de isolamento que a pandemia nos trouxe.
Toda relação que inferioriza, destruindo a autoestima e a autoconfiança
é abusiva.
Palavras podem destruir. Não podemos aceitar violências
veladas que estão estruturadas na nossa sociedade e disfarçadas de piadas que rebaixem
o outro. Não é mimimi, é respeito. São vidas.
Pode ser a sua, a minha, a de quem amamos.
Ser consciente é o primeiro passo para uma transformação
individual e coletiva.
Acreditamos que palavras também salvam e, por isso, iremos
começar aqui no Belas Urbanas a publicar uma série de textos com depoimentos
pessoais, dados, poesias, contos, tudo relacionado a esse assunto, para que
mais e mais pessoas tenham consciência da gravidade e de como podem se salvar e
ajudar outras pessoas.
Te convido a acompanhar, ler, dar sua opinião e
compartilhar.
Se tiver alguma história que queira compartilhar, nos
encaminhe um e-mail: comercial@teste2.webtagger.com.br/belasUrbanasWP
No palco o folclore da América do Norte Na trilha um folk rock O ator engole Bourbon sem gelo Ao invés de Scott Um shot! No rosto um corte. No corpo old west Nas mãos amassado Um recorte.
Gabriel tem 7 anos e pediu para falar comigo por chamada de vídeo.
O pai dele, Miro, enviou uma mensagem pedindo permissão e eu aceitei,
claro.
O Gabriel foi meu paciente há alguns anos, quando eu ainda clinicava.
Nós tínhamos um bom vínculo e no momento da alta, apesar do orgulho pelo êxito,
foi difícil para nós dois.
Mas, crianças superam rápido e, em geral, nem se lembram do período de
terapia. O que é muito compreensível, já que o processo terapêutico envolve a
dor e a transformação.
Eu não os vi mais. Esporadicamente, recebia alguma mensagem da família,
em datas especiais.
No ano passado, a mãe do Gabriel faleceu em um acidente de carro. Eu
estava viajando. Enviei apenas uma mensagem solidária e nenhum novo contato foi
feito.
Hoje à tarde o telefone tocou.
Era o Gabriel e eu atendi sem saber muito bem o que seria este
reencontro (remoto).
Ele me olhou sorrindo. Meus cabelos, curtos e brancos, eram novidade para
ele, assim como seu rostinho alongado e seu sorriso banguela eram para mim.
Depois de me contar sobre várias peripécias deste tempo de quarentena,
ele mandou uma pergunta direta:
– Daniela, quantos anos você tem?
Eu sorri e respondi: – 49. Em silêncio eu vi os olhinhos dele crescerem
e emendei a pergunta: Você acha muito?
Ele disse que não, o silêncio aumentou e ele tomou a palavra, sem
interrupção:
– Um dia, eu pedi para mamãe para ir ao parquinho do condomínio e ela
não deixou. Quis saber “Por que não?” e ela respondeu: – Você tem a idade de
entender. Eu tinha 6 anos e ela 32. Ontem, eu perguntei para o papai o que era
idade de entender e ele disse assim: – Sei lá, quando a gente entende, acaba!
Novo silêncio. Daqueles que atordoam.
Eu senti uma lágrima barraqueira querendo empurrar as outras. Congelei.
Pela tela vi que Miro também abaixou a cabeça.
Ele não tinha como saber da conversa do Gabriel com a mãe…
Eu fiz menção de que iria falar, mas, vendo o clima tenso, o menino
mesmo disse:
– Relaxa. A gente sempre tem a idade de entender, né?
– Né? – foi tudo que saiu da minha boca, numa síntese do momento que eu
aprendi uma baita lição.
Essa frase não sai de mim nem por um segundo – “Idade de entender”.
Conversamos por mais vinte ou trinta minutos, sobre muitas coisas,
rimos, matamos a saudade e nos despedimos.
Pai e filho são acompanhados por profissionais e eu digo isso apenas
para que se poupem dos julgamentos. Não há nada no relato que mereça um
apontamento porque diz respeito à vida deles e à relações humanas construídas
dia após dia.
O que me motiva a compartilhar a história é a constatação de que a gente cresce mesmo é por dentro.
OBS.: Os nomes citados no texto são fictícios para preservar as identidades.
Já sei que estão olhando muitas telas, mas devem olhar mais pelas janelas. A paisagem muda todo dia. Reparem nos detalhes. Reparem nas calçadas. Reparem no vai e vem das pessoas e da natureza. Beleza pura.
Seja você além das telas virtuais, além dos filtros digitais.
Perfeição é só um conceito cruel. O que é perfeito é imperfeito. Por isso, olhe além das telas, abra as janelas.
Seja mais Branca de Neve, cante com os passarinhos, e menos Madrastra que perde tempo se olhando tanto no espelho em busca da resposta do outro para a pergunta: – Serei eu a mulher mais bela?
Seja a MAIS BELA para você mesmo. Assim, quando olhar no espelho, terá orgulho da BELA URBANA que ali reflete.
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