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Para todas as mulheres de 2000

O ano começou ótimo para ela. Pretendia se formar na faculdade. Sim, essa era sua prioridade, já que seus pais sempre lhe disseram o quanto ter seu próprio diploma era importante; o quanto independência intelectual e financeira eram tudo na vida de uma mulher. Por isso, ela também ia encontrar um emprego. Um bom, daqueles que se tem possibilidade de crescer e orgulho de contar para a família. Família. Ela pretendia visitar seus avós toda semana. Agora, ela podia dirigir! Parte da tão cobiçada independência já estava bem encaminhada. Esse ano ela poderia ir sozinha pra a faculdade; poderia visitar os amigos; ir a festas; viajar com o amor de sua vida. Tão jovem, e já havia encontrado o amor! E ela planejava aproveitar naquele ano. Aquele ano prometia… além de tudo isso, sua autoestima estava melhor do que nunca, ela acabara de começar a fazer aulas de dança, ela tinha idade para ir aos bares e começar a explorar a vida.

E que vida ela tinha planejada! E começava agora!

Que ano era esse? Esse ano era 2020.

Em março, tudo estava caminhando em direção a um ano de sucesso, quem sabe o melhor de todos? Era isso que ela prometia para si mesma todo Ano Novo: fazer esse ano ser o melhor da sua vida.

Até que, um dia, tudo se despedaçou. A faculdade foi cancelada, e todos foram mandados para casa. Ela deu adeus a um emprego, já que não tinha mais ninguém contratando. Pior de tudo, ela nem podia sair de casa! Como veria seus avós? Como os poria em risco? Sairia de casa para que, então? E suas viagens? Seus amigos? A dança? As festas e bares? De que serviria a carteira de motorista que ela lutara tanto para conseguir?

E a distância doía…

A solidão aumentava a cada dia, como se ela fosse uma mochila cada vez com um livro a mais dentro de si. Pesava. E sufocava. Que importava o que ela pensava sem ninguém para compartilhar? E no que ela poderia pensar, se nenhum dos objetivos dela podiam mais ser alcançados? E a cada dia, ela sentia que aquilo que, um dia, ela sonhou, importava menos e menos… até que ela se tornou um recipiente vazio.

Sem forças, comia menos. Não estudava mais tanto, porque não importava. Se afastou dos amigos e perdeu contato com a família. A cada dia ela entrava mais e mais dentro de si. E a cada dia ela encontrava menos e menos para ver.

Um dia ela acordou no meio da noite. Estava fraca e sem vontade. Estava sem ar. Abriu a janela de seu quarto. Olhou para as estrelas. Olhou para as ruas vazias. Viu a lua. Viu as árvores. E se espantou. Tudo ainda estava lá! Ela havia se esquecido! Esquecera-se de tudo fora de sua janela! Esquecera-se da linda paisagem que a aguardava! Esquecera-se das pessoas que esperavam por ela! Esquecera-se do mar, que ela não podia ver, mas tinha certeza de que estava lá! Esquecera-se de quem ela prometera ser! Esquecera-se de viver! Afinal, havia esperança, e estava lá! Tudo que ela queria estava lá, quieto na calada da noite, pausado, à sua espera, suspenso, mas o vento disse a ela que não era tarde! Que amanhã ela teria uma nova chance de sonhar! Uma menina, uma criança, 20 anos não é tempo de desistir de tentar!

Ela não dormiu mais naquela noite. Estava atrasada. Sem tempo. A vida esperava por ela. Ela sentia saudades do sabor! Do seu prato favorito; de um abraço de seu pai; de um beijo de amor; de fracassar! Mas de tentar de novo. Ela tinha tanta energia armazenada e queria começar a gastar agora! Ela tinha saudades do saber! Da fome dos livros! Da ambição que tinha antes! Ia demorar um pouco para reconquistá-la, mas aquela menina ainda estava lá! Pouco a pouco, a vontade brotou dentro dela como uma pequena muda, pronta para se tornar uma frondosa árvore. E ela a regou. Ia garantir que crescesse e que ela pararia de ser a sombra em seu caminho. Ela seria luz.

Ela abriu a porta de casa. Respirou o ar puro. Não, não era tarde. Ela guardou aquela vista. Guardou as memórias. Com o gosto de liberdade na boca, ela entrou de novo. Sorriu.

Agora, ela era uma mulher de 20 anos. E estava pronta.

Giulia Giacomello Pompilio – Bela Urbana, estudante de engenharia mecânica da UNICAMP, participa de grupos ativistas e feministas da faculdade, como o Engenheiras que Resistem. Fluente em 4 idiomas. Gosta de escrever poemas, contos e textos curtos, jogar tênis, aprender novos instrumentos e dançar sapateado. Foi premiada em olimpíadas e concursos nacionais e internacionais de matemática, programação, astronomia e física, além de ter um prêmio em uma simulação oficial da ONU
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ELAS POR ELES – Mulher…

Sim, essa de várias facetas!

Que muitas vezes se transforma em duas e em “dois”, de pai e mãe.

Que suporta as dores da vida com solidez de algo másculo e que mesmo assim, é capaz de sorrir para a vida, sem deixar as amarguras vividas abater o teu semblante de esperança constante.

Viva a essa mulher artista!

Nós homens, somos conquistados pelo seu carinho, seu jeito e não conseguiríamos viver sem você no mundo inteiro, como mãe, namorada, esposa, amiga e guerreira de um mundo pandêmico, se inventando e reinventando aos mares da vida econômica, a dois ou a sós, mas sempre com verdade estampada no peito.

Sim, é preciso ter peito!

É preciso ter voz!

É preciso ter coragem para ser MULHER!

Mulher não é somente geradora, é energia da vida, é raça, é sangue e é coração!

E que coração!

Aquele que guarda de tudo e mais um pouco nos refazeres e desprazeres da vida.

Que se monta de beleza e por dentro é fortaleza, embora não saibam algumas, que a luz do sol faz-se brilhar muito mais diante de tanta grandeza.

A humanidade sem a mulher eu não sei, mas mulher na humanidade é tudo!

Sim, essa humana de tantos papeis de uma só.

Ela existe para uma humanidade sã de coração e razão, para nos encantar com seu olhar de aconchego, num mundo que anda cada vez mais complicado, desarticulando todo o medo.

Mulher é música, pintura, cheiro, café e fé!

Fernando Dassi Bonin – Belo Urbano. Professor de música e de artes. Músico. Cantor. Ator. Diretor. Sua graduação é Música Licenciatura, Arte-Educação e tem como hobby viajar, cozinhar e ama a natureza. É um verdadeiro aprendiz da Vida.
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ELAS POR ELES – Mulher Bordada e com Crochê

Seu perfil, majoritariamente feminino, provavelmente atrairia histórias e reflexões desse público. Mas como o prêmio era um ensaio fotográfico, arrisquei enviar minha participação, para dar de presente a minha esposa. Não ganhei. Havia textos bem melhores. Mas a influencer e seus parceiros julgadores consideraram a iniciativa e o relato, presenteando minha amada com uma sessão, que fez muito bem a ela!

Hoje, dedico esse texto a todas as mulheres. Mulheres múltiplas em personalidade, em força e em alegrias. Mulheres que, de fato, carregam o mundo nas costas. Hoje é só um ano novo, de 365 dias que são delas.

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Mulher Bordada e com Crochê

Uma boneca de pano, chamada Ana, bordada e com crochê, é designer, mas sonha com moda. Sorri como criança, luta como uma adulta, sofre como uma sábia anciã. Sonha como quem está no chão, conquista como quem está nas nuvens de algodão-doce.

Para quem nasceu em São José e mora em São Paulo, o que já é o suficiente para uma anja bela e caída. Eu a amo assim, incongruente e incoerente em uma vida de impermanências, inconsequências e alegria. Afinal, apesar de tudo, vivemos em um mundo bonito.

Crido Santos – Belo urbano, designer e professor. Acredita que o saber e o sorriso são como um mel mágico que se multiplica ao se dividir, que adoça os sentidos e a vida. Adora a liberdade, a amizade, a gentileza, as viagens, os sabores, a música e o novo. Autor do blog Os Piores Poemas do Mundo e co-autor do livro O Corrosivo Coletivo.
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A força de sermos duas

No início deste texto, pensei em colocar as mudanças que fazemos no decorrer das nossas carreiras, sejam profissionais ou pessoais. Sim, o fato de darmos conta dos nossos lares é sim uma profissão, talvez a mais digna delas.

Quando escolhemos nossas profissões, muitas vezes ainda jovens, vamos na intuição e no impulso das nossas paixões. Muitos prevalecem nelas, outros percebem que adequações ou até mesmo mudanças radicais redirecionam nosso olhar sobre o que queremos de fato, o que podemos fazer por nós mesmos, para os outros e para a sociedade em geral.

Por muitos anos me dediquei à carreira de Relações Públicas. Era muito feliz fazendo o que fazia. Entendia, me destacava, ganhava espaço, promoções e dinheiro. Foram anos de longas jornadas diárias e um certo dia, minha filha fez 15 anos e aquilo me assustou:

_ Caramba, não vi a minha filha crescer!

Nesse momento, comecei a pensar em como poderia mudar esse contexto. Trabalhava numa boa agência em São Paulo. Um certo dia, me chamaram para uma viagem ao Nordeste para conhecer o espaço onde seria construído um enorme empreendimento imobiliário de luxo. Lindo!!! Conhecendo locais, percebi que estavam inseguros, que aquela natureza exuberante seria derrubada, que muitas pessoas teriam suas casas “compradas” e começariam uma vida distante e sem a estrutura que passaram a vida toda construindo. Ali era uma comunidade rica de pessoas, de trabalhadores, de talentos natos e pouca coisa seria aproveitada. Minha função era fazer o Planejamento Estratégico de Comunicação e orientação criativa para que a propaganda de lançamento resultasse em muitos compradores, principalmente, europeus. Sinceramente, passei dias sem escrever. Não conseguia colocar no papel como aquilo poderia ser benéfico.

Foi então que, aproveitando um frágil momento financeiro da agência, resolvi voltar ao Rio de Janeiro, onde morava antes de me separar.

O objetivo era diminuir meu tempo, me dedicar a casa, à família, a minha filha… e à reconciliação do casamento.

Mas a questão humana daquele trabalho não saia da minha cabeça, até que fui apresentada para uma fundação sem fins lucrativos no Rio de Janeiro. BrazilFoundation. Pensei:

_ É isso! Terceiro Setor! Sustentabilidade! Responsabilidade Social!!

Sempre fui muito engajada no social, mas trabalhar diretamente seria maravilhoso. E lá fui eu, como voluntária, três vezes por semana, como parte da Comunicação. Aos poucos, fui fazendo meu trabalho e acabei sendo contratada. Foram 5 anos. Dois diretos na Fundação e outros três dando capacitações para gestores de organizações pelo Brasil afora. Experiência maravilhosa. Em outros textos, virão histórias que terei muito prazer em contar.

Só sei que escolher o Terceiro Setor e o engajamento em questões sociais foi a coisa mais rica que pude fazer na minha vida.

Porém, aquela questão da família acabou ficando pra trás, porque eram tantos trabalhos, horas de dedicação que mal via a família também.

Tive problemas pessoais, pois gostava mesmo era de subir morro: Vidigal, Rocinha, Maré, Cantagalo, Macaco, entre tantos outros em vários Estados diferentes e até eventos internacionais. Claro que isso tudo teve um impacto financeiro muito grande, pois aquela que ganhava bem, passou a ganhar pouco, bem pouco. Mas a realização era enorme. Mas não bastava. Aí surgiram os problemas no relacionamento, as cobranças, todo aquele trabalho lindo que tinha prazer em fazer era diminuído pelo contraste financeiro. Me tornei uma mulher dependente. E a dependência traz correntes, amarrações, conversas cruéis e discussões que enfraquecem qualquer relacionamento. Foi aí que me vi numa completa depressão e fui me afundando cada vez mais. A verdade é que essa depressão já existia, mas estava escondida, preparando o momento certo de aflorar. Isso também contarei num outro momento.

A crise de 2018 veio forte e com ela a ajuda financeira aos projetos diminuíram, assim como a violência nas comunidades cariocas aumentaram e acabei me afastando. Mas a depressão ainda estava ali, forte, corroendo. Me via trancada num lindo castelo, cercada de tudo que uma “rainha” poderia ter. Porém, nada daquilo era suficiente. Tudo estava a beira do caos. Bebidas, remédios e um bom quarto escuro era o que segurava a minha onda. Certo dia, numa séria discussão com meu marido, tomei a decisão de me afastar, separar, tentar recomeçar. Saí vazia, com muito menos do que deveria. Fiz a escolha e, acredite, acertei.

Não recomecei. Comecei do zero, pois fui para um lugar menor, sozinha, três cachorros, com dinheiro que teria que fazer escolhas do que comprar para sustentar a casa, os animais, minha saúde etc. Troquei novamente a profissão. Reencontrei a antiga dona de casa, lavando, passando, cozinhando, fazendo faxina, cuidando dos cães e de suas enormes “montanhas” espalhadas pelo jardim.

Descobri uma força enorme dentro de mim e sim, a “Força Enorme de Ser Duas”, ser três, quatro…

Hoje, estou na linha de frente da minha vida. Com tantas experiências vividas nesses últimos 20 anos, desde meu casamento até seu término, me sinto mais completa, mais feliz. A liberdade de escolha sem críticas, sem opressões, me fez uma mulher mais forte, mais segura, mais bonita e muito mais profissional. Carrego o meu dia a dia no colo, cuido de tudo do jeito que posso, que quero, que sou. Comecei a escrever um livro, estou roteirizando um documentário. Fiz muitas amizades, acordo cedo e faço meus esportes. Não tenho que justificar cada passo. Me responsabilizo por eles. E, acredite, sou feliz assim. Claro que tem horas que quero entrar num quarto escuro novamente, choro, me sinto frágil. Mas isso é a vida. Como tem que ser. A outra opção seria uma vida sem problemas, sem medo, sem angustia. Completa ilusão. Nada real.

O cuidado e o carinho com si mesma te levam de um lugar para o outro. Tudo bem, dá pra aguentar!

A minha compreensão hoje é que minhas antigas atitudes foram substituídas por pontos de vista novos, renovados acerca de quase tudo. E pela primeira vez na minha vida, tive a chance de parar de me chocar com muros que eu mesma criei e, em vez disse, aprender a atravessá-los.

Tudo isso não quer dizer que estar sozinha é ter força, é poder. Temos força quando nos juntamos a outras pessoas. Quando estamos juntos, não podemos ser quebrados, divididos, não estaremos cansados!

Junte-se àqueles que dão ferramentas para te construir emocionalmente, pessoalmente, profissionalmente. Junte-se àqueles que se deparam perante a vida com humor. Porque sem humor, a vida não tem graça e é preciso sorrir de dentro pra fora, sempre!

A Força está em sermos muitos e sermos inteiros!

Dani Fantini -Bela Urbana, mãe de uma menina moça, que a acompanhou em toda a sua jornada, que não viu crescer, mas acompanha seu presente e seu futuro. É dona de casa, escritora, que trabalha com gente, que ama animais, a vida e que venceu a morte no auge de uma depressão. Podemos dizer que sim, é completa, mesmo faltando algumas peças desse enorme quebra-cabeça que é a vida!
 

Foto: @camilasvenson
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ELAS POR ELES – Mulheres

Mãe
Era meia noite quando chorei a primeira vez.
Me senti seguro quando você me acolheu.
Você me deu amor e me ensinou a ser.
Você me protegeu até na rua e mostrou verdades com exemplos de uma vida digna.
Você virou estrela, mas antes sempre me disse “siga em frente, a vida vale cada segundo”.

Irmã
Não consigo falar de ti sem lacrimejar meus olhos.
Sua bondade é tanta que lembro que Deus existe.
As músicas que veem dos seus dedos me recordam da alegria da nossa infância até hoje.
Até na viagem à terra de CABRAL você estava lá me apoiando como fez em toda minha vida.
Obrigado.

Esposa
Você apareceu na primavera florida.
Eu esperava uma flor, mas ganhei um coração, um furacão e uma inteligência ímpar, capaz de me levar aos sonhos.
Você me deu tanta felicidade que se passaram 30 anos e nem percebi.
Nós construímos uma família e demos a luz mais brilhante de nossas vidas.
Eu pensava que seria pra sempre, mas vivemos juntos intensamente cada segundo.

Filha
Você é o maior dos meus sonhos.
Você mudou meu sentimento pelo mundo e pela vida.
Você é um amor que não cabe dentro de mim, incondicional.
Me realizo com o que te deixa feliz, gosto até do seu namorado.
Tenho a minha vida, mas tenho você.

Mulheres: parabéns e obrigado, cada respiração minha, cada movimento meu e cada decisão minha foram vocês que me ensinaram.

Antônio Pompílio Junior – Belo Urbano. Graduado em Análise de sistemas pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas . Pós-graduado em Gestão de Empresas pela UNICAMP e MBA Gerenciamento de Projetos E-Business pela FGV-RJ . Adora esportes, viagens e luta pela liberdade da vida e pelo amor das pessoas.
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RExistindo pelas beiradas e descobrindo que todo espaço também é nosso

Uma quinta-feira quente e as meninas estão brincando fora da quadra. Pode parecer uma grande bobagem, mas não é. Sendo a quadra de cimento uma só, elas nem tentam ocupá-la, elas nem tentam brincar com a única bola, elas nem tentam usar o espaço da quadra… Elas brincam “pelas beiradas”, na grama, na escada…

Decido sugerir delicadamente que os meninos abram espaço para elas. Faço o convite e elas prontamente correm em direção a bola, um misto de entusiasmo e alegria toma conta do cimento. Rapidamente elas organizam uma queimada.

Três minutos depois meninas e meninos se misturam. Alguns outros minutos depois e começo a perceber nessa mistura, qual é a voz mais forte? Quem eu escuto tentando organizar a brincadeira? Quem fica com a bola mais tempo? Não são elas. E não por falta de habilidade, elas são ótimas! Não pela amplitude no tom da voz, as suas vozes são potentes! Mas…

Coisas que podem parecer tão bobas para uma professora que tem tantas coisas para pensar, mas não são. Muitas de nós cresceram assim, “existindo pelas beiradas”, tentando e muitas vezes não conseguindo ocupar espaços, tentando colocar a sua voz no mundo, algumas vezes nem tendo a coragem de tentar, brincando com brinquedos e brincadeiras “de menina”, tendo que ficar feliz e satisfeitas com o “cor de rosa”, com o desenho da princesa, mesmo que quisesse muito o do homem aranha, duvidando da nossa habilidade, da nossa potência, ou mesmo do nosso simples desejo de brincar de outras coisas, de subir numa árvore, de brincar com uma bola.

Isso não é pouco, isso vai nos dizendo como nos comportar no mundo. Isso vai nos mostrando qual o lugar que acham que podemos ocupar.

Quem vai mostrar a possibilidade de existir de outra forma? Qual a importância de dar voz a elas? Qual a importância de prestar atenção em como as tratamos, em que lugar as colocamos, nos julgamentos que fazemos com relação ao tamanho do short de uma criança e não dos olhares que meninos são ensinados a ter desde pequenos (meninos também crianças, mas essa é uma outra discussão).

Montsserat Moreno escreveu um livro que se chama “Como se ensina a ser menina na escola” e ela nos diz que “Para cada um só é possível o que pode imaginar, só é real o que pensa que existe e só é certo aquilo que acredita” e justamente por isso cada vez mais acredito ser impossível estar no mundo e principalmente na escola e não prestar atenção em como nos posicionamos em relação a situações como essas.

A escola, para além do espaço no qual acontece a formação intelectual e social das crianças, ela pode e precisa ser também o espaço no qual se questione, se crie alternativas, se busque novas maneiras de interpretar o mundo que nos cerca e também de criar outras formas de estar nele e organizá-lo.

Olhando para elas, agora dentro da quadra, penso que nem imaginam que eu estou aprendendo tanto ainda… Como professora e também como mulher.

Michelle Felippe – Bela Urbana, professora por convicção e teimosa. Apaixonada por doces, cinema, poesia urbana e astrologia. Acredita que ainda vai aprender a levar a vida com a mesma leveza e impetuosidade das crianças.
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Você é perfeita com suas imperfeições!

Você concorda que somos seres criados para conexão?

Concorda que precisamos da conexão para dar sentido e propósito à nossa vida?

E que sofremos sem uma conexão genuína e verdadeira?

Se você disse sim a pelo menos uma das três perguntas acima, talvez você também tenha se questionado em algum momento da vida:

“Por que será que tenho essa sensação de vazio mesmo quando estou conectada no ambiente, pessoas ou situação?”

“Talvez eu seja inadequada ou insuficiente…”

“Talvez eu esconda seus sentimentos atrás da vergonha, da ansiedade e do isolamento…”

Você já pensou nisso?

Para aceitar de verdade quem somos, nossas origens e a natureza imperfeita das nossas vidas, é preciso iniciar a travessia do encantamento.

E a partir do encantamento, restaurar conexões enfraquecidas, fazer novas fortes e verdadeiras, ou ainda romper as que não fazem mais sentido.

Para essa travessia você precisa desenvolver 3 das suas habilidades naturais:

  • Aceitação: Ato de amar incondicionalmente e do desapego.
  • Resiliência à vergonha: praticar a consciência crítica.
  • Amor próprio: formado por 3 elementos fundamentais:
  • A generosidade consigo mesma; 
  • A humildade; 
  • A consciência.

Bora nessa jornada?!

1º Passo: Ficar em frente ao espelho e restaurar a conexão primária e mais importante:

Com você mesma, usando as frases:

Eu te vejo. Eu te Respeito. Eu te amo.

Por favor, me veja. Me respeite. Me ame.

2º Passo: Examine os dois lados da “ponte” e escolha para onde seguir.

No lado A:

Tem suas dores do abandono, da rejeição e exclusão.

Tem seus traumas e frustrações.

É um lugar onde para você existir, precisa usar máscaras ou armaduras o tempo todo.

Para ser aceita, “tem que” carregar o peso do mundo nas suas costas e ainda ser perfeita em todos os papéis de atuação.

Esse lado é chamado “O que os outros vão pensar?” 

No lado B:

Você pode ser quem nasceu para ser, do jeitinho que você é.

Seja espontânea ou mais reservada, emotiva ou racional, com suas limitações e imperfeições.

Aqui você se encoraja a viver sua natureza imperfeita, se sentindo inteira, amada, digna de todo cuidado, respeito e reconhecimento do seu valor humano.

Deste lado você pode escolher se quer ou não carregar pesos alheios.

Você pode se expressar e existir sem máscaras e armaduras.

Esse lado é chamado: “Eu sou o bastante.”

Com a travessia do encantamento, você desenvolve a arte de se relacionar livremente, de fazer as conexões que dão sentido à sua vida e minimizar as dores dos seus sofrimentos.

Minha proposta para você MULHER é viver com ousadia, apreciando a beleza das suas falhas, assumindo os riscos das suas escolhas a partir do que te faz feliz.

Você é perfeita com suas imperfeições!

Luana Carla – Bela urbana, analista corporal e comportamental. Sua paixão é poder contribuir para evolução da nossa espécie através do seu trabalho, sendo facilitadora do processo evolutivo interno, auxiliando pessoas a encontrarem soluções para seus conflitos de forma mais harmoniosa possível, respeitando seu funcionamento natural. E assim viverem em paz consigo e com o ambiente a sua volta.

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ELAS POR ELES – Resposta de um Amigo a Mulher de 40

Você, mulher de quarenta, contemporânea, mas muito à frente do seu tempo, chegou muito mais longe do que a sociedade previa. Saiu das sombras dos homens para um lugar de protagonismo na história, sem perder a sua doçura.

Você chegou exatamente aonde deveria estar. Linda, exuberante e independente, ainda um pouco frágil, pelo grande coração que tem, mas perfeita!

Um modelo para uma nova geração, ideais muito bem definidos, consciência política e visão. Nossa, você foi muito mais longe do que a maioria das mulheres de quarenta! É claro que a sociedade em si monta um modelo mentiroso, de mulher da propaganda de margarina, mas eu nem gosto de margarina mesmo, prefiro manteiga.

Pode ser que dentre todos esses moldes, você olhando as pessoas ao redor, venha sentir, eventualmente, que lhe falta algo. Mas, minha cara, pare e pense: você estagnada, esperando que homem a sustente? Ah, isso não! Risos… Você vai muito mais além.

Agora, não concordo que o príncipe encantado não exista. Ele existe e teve que se reinventar também, para poder acompanhar a mulher de quarenta. Esse príncipe de hoje faz comida e lava roupa, não depende da mulher. Até mesmo por que você, de quarenta, não iria querer. E pode até ser que esse príncipe encantado da mulher de quarenta seja também uma bela mulher… Mas tem que ser forte, você não aceitaria nada abaixo disso.

Esse príncipe de hoje, moldado para você, está menos interessado em futebol. Ele prefere entender o que você pensa e por que você pensa, compartilhar com você ideais. Você nunca iria caminhar atrás dele, no mínimo ao lado, e muitas vezes na frente dele.

Mas aí você irá me perguntar: Amigo, onde está este par perfeito? E minha resposta simples e óbvia será: Se preparando para poder encontrá-la! E quando encontrá-la, ele, este par, se tornará ‘um’ com você e seus mundos estarão completos.

Então, minha cara, parabéns por ser este exemplo de mulher de quarenta, parabéns por ser esta força a ser seguida, parabéns por mostrar para nós, estes homens ainda em construção, o tanto que falta para chegarmos aos seus pés.

André Araújo – Belo Urbano. Homem em construção. Romântico por natureza e apaixonado por Belas Urbanas. Formado em Sistemas, mas que tem a poesia no coração. 46 anos de idade, com um sorriso de menino. Sempre irá encher os olhos de água ao ver uma Bela Mulher sorrindo.
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Conselhos da Madame Zoraide – 22 – Ciranda

Olá Consulentes!

Hoje minha conversa é com as mulheres, afinal, no mês de março comemoramos o Dia Internacional da Mulheres.

Vocês se lembram como era brincar de ciranda quando eram meninas?

Qual é o segredo de uma boa ciranda? Mãos dadas, entrelaçadas, mesmo ritmo, pés firmes, voz solta.

Quando acaba uma ciranda? Quando alguma solta a mão, quando alguma cai no chão.

Quando a ciranda perde força? Quando a voz de uma cala, quando uma tropeça.

O segredo é esse, a ciranda das mulheres é a vida que vivemos todos os dias.

Se uma não está bem, nenhuma estará cem por cento também. Você pode até achar que a dor da outra não te atinge… mero engano! Pense na ciranda.

Se uma do seu lado cai, ajude-a a se levantar… se você cair, aceite a ajuda. Jamais fechem os olhos. Somos todas uma unidade!

Cante agora em voz alta: “Ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar… Vamos dar a meia-volta, Volta e meia vamos dar”.

Entenderam a brincadeira? Hora de brincar então.

Até a próxima.

PS.: Em tempo, FELIZ DIA DAS MULHERES!

Madame Zoraide – Bela Urbana, nascida no início da década de 80, vinda de Vênus. Começou  atendendo pelo telefone, atingiu o sucesso absoluto, mas foi reprimida por forças maiores, tempos depois começou a fazer mapas astrais e estudar signos e numerologias, sempre soube tudo do presente, do passado, do futuro e dos cantos de qualquer lugar. É irônica, é sabida e é loira. Seu slogan é: ” Madame Zoraide sabe tudo”. Atende pela sua página no facebook @madamezoraide. Se é um personagem? Só a criadora sabe 

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ARM’AÇÕES ILIMITADAS

As mulheres podem e devem fazer parte desse mundo exclusivo Empresarial… Quando a maioria são os homens estruturalmente seletivos, e com $alários $uperiores aos delas. Que na verdade, estudam e se qualificam tanto ou mais que eles, para que sejam respeitadas. Sem que elas precisem mendigar, extrapolar seu universo feminino, deixar de ser clara e objetiva, e também sem que tenham que usar a sua defesa sobre as incontidas guerras, sobre quem é melhor!

O melhor basicamente não existe, o que existe é a força de cada um como ser humano atuante dentro e fora da sociedade como um todo. Mulheres que se afinam e contraem a diplomacia de vencer como solo familiar, e ainda se preservar de ações e atos contrários ao seu bem viver. Como não querer ser mãe ou mesmo se casar, ou ainda se aventurar pelo mundo afora sem constrangimentos de estar só, sem companhia.  

Por prevalecer situações estruturais fomentadas por centros governamentais, elas precisam se segregar em sindicatos sociais e ou solos, para vencer essa radicalidade atemporal com força de sua inteligência mental agregada à sua inteligência emocional, a fim de superar os imbróglios concomitantes. 

NÓS PODEMOS ABRILHANTAR A SUA VIDA!

Bom dia e seguindo a estrada da boa vontade. Só desejamos ficar ao lado e com isso ganharmos mais substâncias para reconhecermos “VIA PRÓPRIA”…

Joana D’arc de Paula – Bela Urbana, educadora infantil aposentada depois de 42 anos seguidos em uma mesma escola, não consegue aposenta-se da do calor e a da textura do observar a natureza arredor. Neste vai e vem de melodias entre pautas e simetrias, seu único interesse é tocar com seus toques grafitados pela emoção.