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Minha história de mãe

Mãe a mais de 15 anos, passei minha primeira experiência, nesse universo mágico, tentando explicar e convencer minha filha que ela não teria irmã.

A correria, a dedicação ao trabalho e a preocupação com o futuro dela num mundo tão problemático, usurparam o sonho de ter outros filhos.

A medida que ela crescia, igualmente crescia minha determinação e satisfação pela escolha de tê-la como única filha.

Mas ela não compartilhava do mesmo desejo que o meu e cada dia mais me pedia uma irmã, companheira, seus pedidos eram incansáveis.

Empenhada em escrever as páginas da vida da melhor forma para minha filha viver, nem percebi que o “controle remoto” fora tirado das minhas mãos sem consulta prévia.

Comecei a ter problemas hormonais e procurei ajuda médica muito preocupada com minha saúde.

Organizei minha agenda pra encaixar os exames solicitados e na ocasião a enfermeira me convidou a ouvir as batidas de um coraçãozinho que já fazia morada dentro de mim.

Como isso pôde acontecer? Eu não acreditei!

O que eu fiz?

Desmaiei na maca. Sim, desmaiei duas vezes.

Levantei atordoada da maca tentando procurar o controle da vida, outrora roubado.

Mas, aos 42 anos da minha história foi colada uma página que mudaria minha jornada pra sempre.

Assim como a primeira, minha segunda gestação ocorreu sem nenhuma intercorrência, até meu oitavo mês de gestação ainda jogava tênis, dançava zumba, fazia aulas de Pole Dance, concluía um MBA, trabalhava freneticamente, cuidava da casa dos familiares e da minha primeira filha que havia recebido a realização do maior sonho da vida dela e Eu….. Sendo coroada como a melhor mãe do mundo.

Nos 3 últimos dias de gestação descobriram que minha bebê não estava recebendo os nutrientes suficientes para crescer saudável na barriga e a decisão do corpo médico foi adiantar o nascimento.

No momento mágico e inigualável com qualquer experiência na vida…. o parto…, recebi a notícia de que minha filha havia nascido com síndrome de down.

Meu chão desabou, o momento mágico acabou e meu cérebro não conseguia assimilar a informação no meio de um turbilhão de incertezas e preocupações.

Quem era minha filha e o que esperar dela? Como planejar o futuro pra ela?

O tempo foi passando e em todos os dias que ela permaneceu na NEO Natal e todos os demais dias após a liberação da UTI eu dormia e acordava em cima de literaturas e estudos para aprender tudo sobre ela e a síndrome de down que a acompanharia pela vida toda.

O que eu descobri? Teorias e mais teorias que me ajudaram e me atrapalharam muito.

Nas minhas buscas incessantes eu acabei descobrindo uma escola, a melhor escola de todas, para aprender tudo o que eu queria saber sobre a síndrome de down.

O nome dessa escola é Luana, minha Pitica.

Com ela eu aprendi e tenho aprendido tudo o que eu preciso saber sobre a síndrome de down.

Aprendi que ela sabe melhor do que eu a planejar o próprio futuro.

Aprendi que ela vai ser o que ela quiser ser.

Aprendi que ela ama as pessoas incondicionalmente, sem interesses.

Aprendi que ela perdoa de verdade e não guarda rancor.

Aprendi que ela chora com quem chora e se alegra com quem se alegra.

Aprendi que ela quer ajudar e não espera nada em troca.

E o que eu mais aprendo com ela é ser humano.

Minha história de mãe ainda não acabou, na verdade tenho muito ainda pra viver aprendendo a ser mãe, mas agora vivo feliz porque tenho a melhor professora do mundo pra me ensinar.

Obrigada pela oportunidade de aprender a ser mãe com você!

Juliana Guarnieri – Bela Urbana. Graduada em Pedagogia com especialização em Administração e Supervisão Escolar. Pós–Graduada em Desenvolvimento Humano de Gestores pela FGV. Gosto de jogar tênis, tocar violão, cantar, dançar e principalmente fazer bagunça com as filhas.


Juliana

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Perdido no aquário em Gênova por um instante

Vivi uma situação no aquário em Gênova na Itália, numa viagem em família, que me colocou para pensar.

Eu, meu marido, meus dois filhos e mais nove da família, um super aquário, muitos ambientes e muita coisa interessante para ser vista!

Na sala das águas vivas, o Silvio, meu filho mais novo, que na época tinha cinco anos, ficou encantado e parou num expositor estarrecido, esqueceu de tudo e de todos e assim ficou, ali parado olhando os animais brilhantes naquela sala escura, e sem lembrar de nada nem de ninguém, ficou ali enquanto todos seguiram inclusive eu, a mãe!

Eu chamei algumas vezes, vamos continuar, tem bastante coisa para ver, vamos seguir, sempre muito atenta aos meus dois e conferindo todos, de repente segui acreditando que ele já tinha ido e, de repente, ao chamar todos da família para uma foto constatei que ele não estava entre nós!

Mais que rápido, voltei e falando (parlando) um Italiano na época bem mais ou menos, em alto e bom som gritei:

Dove stai meu bambino? Onde está meu filho?

Silvio dove stai? Silvio onde está??

Bateu um desespero, uma agonia, olhava para meu marido, sem saber o que fazer quando, de repente, uma moça aparece de mãos dadas com ele que estava aos prantos e me diz:

Suo fíglio? Seu filho?

Eu o abracei, ela meio desconfiada, olhou para ele para saber se me reconhecia e ele imediatamente me abraçou e falou mãe Carol eu fiquei perdido, vocês me esqueceram?

Eu respondi a pergunta da moça:

Si mio figlio. Grazie. Sim, meu filho. Obrigada.

E perguntei a ela:

Como si chiama? Como se chama?

Muito agradecida a moça  italiana que trouxe meu filho até mim!

Io mi chiamo Matilda. Eu me chamo Matilda, respondeu a moça gentilmente, enquanto eu, naquele momento aliviada, dei um abraço muito apertado nele e no mesmo instante reforcei que eles precisavam ficar perto de nós. Sempre juntos, que eu jamais o esqueceria e que isso não é impossível de acontecer!

Que desespero! Que agonia!

Muito bom viajar em família, mas isso fica muito fácil de acontecer, quando há muita gente.

Desde aquele acontecimento, sempre que saímos com mais pessoas em lugares desconhecidos, instituímos algumas regras para evitar que isso ocorra novamente.

Ninguém sai, sem que todos estejam juntos. Esperamos, e juntos seguimos!

Nunca esquecemos deste acontecimento, tampouco do nome da italiana Matilda que hoje virou motivo de brincadeira entre nós, pois graças a Deus, isso tudo teve um final feliz! Mas muitas vezes muitos não tem…

Mãe também se distrai, mãe também se esquece, pois,  mãe também é gente, é humana, mas uma gente, uma humana  diferente quando se trata de seus filhos! Falei um italiano como nunca havia falado e hoje esta história é lembrada entre nós de maneira engraçada, reforçando os cuidados para quando pudermos sair novamente em viagens e em família como sempre amamos fazer!

Inclusive guardo um calendário com uma foto de toda à família, do dia que tudo isso aconteceu, que ilustra meu relato, dia que nós deixou diversos aprendizados e lembranças boas…

Todos juntos e uns cuidando dos outros!

Amor de mãe, amor de filhos e de família!

Ana Carolina Rogé Ferreira Grieco – Bela Urbana, mulher, advogada formada pela Pucc Campinas em 2000, atualmente atua no corpo de advogados do escritório Izique Chebabi Advogados Associados e empresária. Virginiana que ama jogar tênis e ficar com a família!
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De amor e ossos do ofício – pequenas histórias do tamanho do mundo no cotidiano de uma mãe

A começar pelo parto com escala, Luisa (ainda na barriga) e eu demos entrada no Hospital Vera Cruz, a bolsa rompida, aquela emoção agoniante, a barriga gigante e um medo ainda maior que só as mães sabem o tamanho dele, pensamentos cavalgando, volta pensamento, concentra na respiração, liga para a doula, conversa com o médico, aperta a mão do marido, vai no banheiro, daqui a pouco vou ver a carinha dela, fica feliz, fica louca, fica pensando que não vai dilatar, fica com medo da dor que sabe que virá, sente um cansaço absurdo, se preocupa com a outra filha de 2 anos que está com a avó, pensa: “será que comeu?” marido assina papelada da internação, almoçamos no hospital, nada de dilatação, médico chega e nos diz que se não dilatar vai ter que induzir com medicação, o único detalhe é que não tem a medicação no hospital, tudo o que não queria era essa tensão nesse momento, tenho que decidir: se não dilatar, sem medicação vou ter que ser submetida a um cesárea, falo com Deus, falo com o marido, choro, respiro, decido e no meio do trabalho de parto vou para o Centro Médico, lá posso ter a chance de um parto normal, Luisa fez escala no Vera Cruz e finalmente nasceu de parto normal induzido no Centro Médico.

Tenho duas filhas: Clara e Luisa, 14 e 12 anos respectivamente, como toda mãe também tenho uma coleção de histórias para contar nessa outra vida que começou após o nascimento delas, o velho chavão é verdadeiro na minha trajetória: “nasce uma criança, nasce uma mãe”, a experiência do “maternar”, efetivamente foi um divisor de águas em minha vida, ainda me lembro a cara de espanto do primeiro homeopata da primogênita quando contamos que tínhamos uma planilha para anotar os horários das mamadas, cocos e xixis, meu marido e eu queríamos ser tão eficientes nos cuidados que exageramos nos controles, depois quando achávamos que já estávamos experientes, veio a segunda e nos vimos às voltas com uma rotina desgastante e intensa de cuidados com duas, na primeira vez que ficaram doentes juntas voltamos a utilizar as famosas planilhas pois um dia ficamos tão exaustos que chegamos a dar o remédio trocado para elas, um dia prendi o dedo da Luisa na porta do carro, quase desmaiei pensando que tinha esmagado o dedinho dela, no outro prendi a fivela do cinto do cadeirão na coxinha fofinha dela, ela deu um berro, demorei alguns segundo para entender o que estava acontecendo, abri o cinto rapidamente, belisquei a menina sem querer, e o remorso… ah, e quando a Luisa com 3 anos teve que fazer uma cirurgia de catarata, eu desesperada com medo da anestesia geral, do tampão que teria que usar depois, meu coração apertado vendo aquele serzinho tão inocente que não enxergava de um olho, foi um daqueles momentos que o coração de mãe explode, parece que a gente não vai aguentar a grandeza do amor que sente, é uma mistura turbulenta do amor mais puro do mundo e do mais terrível medo de tudo: de que sinta dor, de que se machuque, de que o pior aconteça, no momento seguinte olho para a carinha dela e está feliz da vida se divertindo em cima da maca do hospital, acorda da anestesia e na sequência já pergunta se vai andar de maca de novo, que encanto essa leveza e essa pureza das crianças, quem convive com elas sabe o poder de nos transformar para melhor que elas têm.

Entre sustos, cuidados e novidades de cada fase das meninas, como dizer o “indizível”, sobre o amar tanto a outra pessoa que é impossível descrever, como dizer sobre a mãozinha de 3 anos fazendo carinho no seu rosto e esse gesto ter o poder de apagar todas as agruras de um dia difícil, e depois já na adolescência o precioso beijo e abraço espontâneo das filhas em público que é como um grande prêmio, como explicar que rir até doer a barriga com sua filha em alguns momentos pode gerar uma conexão tão profunda que você nem sabia que isso existia até sentir, como descrever que ao ouvir a palavra “mamãe” a gente se sente importante, ser mãe é o meu papel mais desafiador, não há garantias, semeamos e cuidamos com toneladas de paciência e não sabemos o que será a colheita, não é um caminho linear, há sentimentos conflitantes, há a rotina diária minando a paciência, há intrincadas interferências e temperamentos envolvidos nas dinâmicas familiares,  há o caminho pregresso que vivemos com nossos próprios pais que vem bisbilhotar e interferir no nosso caminho como pais mas é também  recompensador, ter o privilégio de educar uma criança e ver cada passo de seu desenvolvimento e amá-la mesmo quando ela exaure todas as suas forças e sua paciência ao ponto de você achar que não nasceu para a função e ao se defrontar todos os dias com esse jorro de sentimentos é quando o amor vai se lapidando, amo minhas filhas de todo coração e meu mundo é muito melhor por elas existirem nele.

Eliane Ibrahim – Bela Urbana, administradora, professora de Inglês, mãe de duas, esposa, feminista, ama cozinhar, ler, viajar e conversar longamente e profundamente sobre a vida com os amigos do peito, apaixonada pela “Disciplina Positiva” na educação das crianças, praticante e entusiasta da Comunicação não-violenta (CNV) e do perdão.
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Fiquei sem palavras…

Sabe aquela situações inusitadas que te pegam de surpresa, super constrangedoras mas que depois viram uma daquelas histórias que você nunca esquece e adora recontar numa conversa descontraída?

Pois é… Aqui vai uma das minhas…

Férias, viagem de família, eu, meu marido e nossos dois filhos de 3 e 7 anos, fomos para Gran Canária, um arquipélago de ilhas espanholas na costa do Marrocos (parece chique né? Mas não é não). São ilhas vulcânicas, venta muito o tempo todo e a maioria das praias são de areia preta. O clima é árido e quase não tem vegetação.

Um dia resolvemos visitar Maspalomas, uma das poucas praias de areia clara na ilha de Gran Canaria. Essa praia é comprida, 3.5 km. Meu marido ficou brincando com as crianças enquanto eu tomava sol e depois revezamos. Na minha hora de ficar brincando resolvi fazer uma caminhada com os meninos. Eu tinha que andar devagar pois meu filho tinha só 3 anos enquanto o mais velho disparou a correr. Eu tentando acompanhá-lo mas ele corria sem parar. A praia cheia, eu segurando a mão do pequeno enquanto que  meus olhos estavam focados naquela criança loirinha correndo a minha frente. Já estávamos há uma boa distância do nosso guarda-sol. Finalmente ele parou de correr e ficou olhando em volta, quando eu consegui chegar perto dele eu já estava ofegante.

De repente ele vira para mim com aquele rostinho sorridente e um olhar um pouco espantado e me  pergunta:

– Mãe, por que está todo mundo pelado?

Sem perceber entramos na área nudista… eu fiquei sem palavras, sem saber o que explicar mas tentando evitar parecer extremamente desconfortável eu simplesmente contei a verdade. Aquele era lado das pessoas que não se importam em estar peladas mas que nossa família não era parte do grupo então era melhor voltar para o nosso lado.

De novo ele disparou no caminho da volta, chegou no guarda-sol alguns minutos antes de mim.

Quando consegui sentar, meu marido com lágrimas de riso me pergunta se eu me assustei com todos os nudistas. Ele esqueceu de me avisar, não era a primeira vez que ele visitava essa ilha. Para dizer a verdade me assustei sim, para alguém que é brasileira biquíni minúsculo ou sunguinha na praia é uma coisa, pelado é outra.  Nem topless se faz no Brasil e de repente todos aqueles turistas felizes da vida de estarem vestindo somente a pele. Super bronzeados por sinal, nem uma marquinha de biquíni e todos descontraídos e aproveitando o sol.

Meu filho não se lembra muito bem desse dia, evito falar do assunto se ele está perto, hoje ele ainda tem 11 anos.

Você riu? Eu também, só de lembrar.

Ana Carolina Beresford – Bela Urbana, trabalha numa caridade que ajuda pessoas com deficiências físicas e mentais a locomoverem-se, sente muito orgulho do seu trabalho. Adora animais e viajar sempre que pode.
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Os quatro

São três. Foram muito desejados. Por instinto, sabia já na barriga o sexo de cada um. Coincidência? Nao creio.

Duas meninas, um menino.

Casamentos desfeitos, mudanças de casas, cidades, eles a tiracolo.

Mãe daquelas de levantar cedo, fazer o café da manhã ao gosto de cada um, cuidar do material de escola, da roupa, levar pra escola, festinhas, fazer festinhas, dar conselhos, vivê-los intensamente.

Primeiro veio uma doce menina, forte, inteligente. A seguir outra menina que digo sempre ser o meu prêmio de originalidade; meio doidinha no seu mundo particular, sonhadora, intensa, brigona. Por último para completar nossa felicidade, anos depois, veio aquele que chamamos de príncipe: lindo, carinhoso, sensível, hiperativo. Fomos assim vivendo em quatro!

Na casa, apesar das regras flexíveis, algumas tinham que ser respeitadas: sem refrigerante, banhos rápidos, sem restos nos pratos e o uso obrigatório de palavrinhas magicas: Bom dia! Com licença! Por favor! Obrigado!

A noite criamos um jeito peculiar de ligação: oito da noite, cama da mãe, sem tv, sem celular.

Ali era o nosso momento de ler, cantar, contar e ouvir histórias e como tínhamos o nosso príncipe com grande diferença de idade, quase todos os dias, cantávamos as mesmas músicas, lia-mos as mesmas histórias.

Fomos vivendo, crianças se tornaram adultos muito rápido. Um a um foram seguindo seu rumo. Cidades diferentes, países diferentes.

Casa vazia, solidão, depressão.

Resolvi alugar a casa, me desfazer de quase tudo e viajar.

Me reinventei. Passei por testes de rejeição, aprendi outra língua. Me virei muito bem para orgulho dos filhos. Eu, em poucos momentos me surpreendi comigo, acostumada que era aos desafios que a vida me impôs.

Perdas irreparáveis pelo caminho, me tiraram o rumo que hoje tento reencontrar.

Nao guardei roupas de bebês, só muitas lembranças em fotos e em inúmeras histórias que vivemos.

Hoje nos damos bom dia e boa noite, todos os dias. Contamos como foi o dia, contamos nossos planos. Nos apoiamos em todos os momentos.

Esse nosso elo é eterno. Nossos encontros foram e sempre serão os maiores encontros de nossas vidas.

Maria Nazareth Dias Coelho – Bela Urbana. Jornalista de formação. Mãe e avó. É chef de cozinha e faz diários, escreve crônicas. Divide seu tempo morando um pouco no Brasil e na Escócia. Viaja pra outros lugares quando consigo e sempre com pouca grana e caminhar e limpar os lugares e uma das suas missões.
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Visão do futuro

Hoje pela manhã me deitei no parque, havia bastante barulho ao redor;
Pessoas faziam exercícios, crianças brincando e pessoas jogando dominó;
Ainda deitado na grama fresca, sob o sol que ardia em uma tarde vazia;
Pude observar, a pipa que subia e descia, em um balé de criança a se admirar;

Absorvido por aquela visão, crianças e adultos em uma mesma canção;
Mal poderia acreditar, que já tinha um ano que fomos libertos da pandemia;
Das máscaras e olhares que se escondiam, das opiniões especialistas de toda forma que se faziam;
Não podíamos ver sorrisos, só os ouviam, mal podia ver seus olhos, envoltas as lágrimas, se escondiam;

Mas tudo isso passou, o povo se vacinou e a pandemia acabou, foi passado, não existe mais;
Ficou do nosso lado algo a se aprender, ricos, pobres, brancos e negros, ante a doença, somos todos iguais;
Também aprendemos como é importante o abraço, mas o álcool em gel veio e ficou;
Quero ver seu rosto, abraçar seu corpo e não me preocupar, já tem um ano que vi este problema acabar;

Hoje a noite tem barzinho, se não me engano é samba e violão;
Vou encontrar com os amigos, beber chopp, cantar canções;
Ao final da noite, já um pouco cansado, retornar para casa;
Tomar meu banho e me prepara para um domingo de alegria, vai ter corrida no parque, quase uma poesia;

Isso não é imaginação, isso é uma visão do futuro, mesmo o samba e o violão;
Não teremos mais pandemia, que apesar de rimar com poesia, não me traz alegria;
Este futuro próximo e distante alimenta meu coração;
Vai passar, basta acreditar, encontraremos o caminho e nos restará as nossas lições.

André Araújo – Belo Urbano. Homem em construção. Romântico por natureza e apaixonado por Belas Urbanas. Formado em Sistemas, mas que tem a poesia no coração. 46 anos de idade, com um sorriso de menino. Sempre irá encher os olhos de água ao ver uma Bela Mulher sorrindo.