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A pornografia contemporânea como instrumento do machismo

A importância da sexualidade e do erotismo na civilização humana tem registros milenares. A sala secreta com os achados de Pompéia no museu arqueológico de Nápoles guarda obras eróticas da época de Cristo que a igreja do século XVIII tentou esconder. Mas essas obras em nada se assemelham aos conteúdos pornográficos contemporâneos.

A milionária indústria pornográfica contemporânea é centrada e feita para os homens.

É absolutamente válido quando o casal, consensualmente deseja fazer um sexo pornográfico. Existem momentos para tudo. Mas há que se dizer que a mulher também quer gozar olhando nos olhos. A mulher gosta de aconchego, de carinho e de suavidade.

Será que os homens já se viram engasgados com um pênis, tossindo, lacrimejando e quase vomitando? Será que se sentiriam excitados com essa cena?

A idade média em que o jovem começa a ter contato com a pornografia na internet é de 11 anos (Dr. Gail Dines, “How Porn has hijacked our sexuality”. Boston. Beacon Press, 2010). É quando a idéia da submissão do feminino começa a ser implantada e quando o futuro machista começa a ser criado.

E esse prejuízo é vasto. Criam-se mulheres oprimidas e homens apavorados com a possibilidade de brochar. Mulheres lutando para achar seu lugar na sociedade e homens frustrados por nunca encontrar a mulher ideal, aquela que se subjuga e realiza todos os seus desejos, como as encantadoras e exuberantes mulheres dos filmes pornográficos. Tão felizes em ser subjugadas, violentadas e humilhadas.

Quem ganha com isso?

Noemia Watanabe – Bela Urbana, mãe da Larissa e química por formação. Há tempos não trabalha mais com química e hoje começa aos poucos se encantar com a alquimia da culinária. Dedica-se às relações comerciais em meios empresariais, mas sonha um dia atuar diretamente com público. Não é escritora nem filósofa. Apenas gosta de contemplar os surpreendentes caminhos da vida.