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Fragmentos de um diário – 33 – Poeira ao vento

20 de julho, 14h27, inverno. Hoje resolvi abrir as janelas.

Deixei fechada para não entrar poeiras, para o vento não bagunçar meus enfeites, para não ser surpreendida pelas folhas da árvore na minha sala que chegam com a janela aberta.

Me disseram que janelas fechadas dão menos trabalho. Nunca questionei se eu queria mesmo menos trabalho. Só aceitei e fechei as janelas.

Hoje, precisamente agora, olhei todas fechadas. Me senti além de confinada na casa, na alma. Olhei para frente e vi janela fechada. Olhei para dentro da alma e me dei conta de que a poeira é vida, que as folhas brincam com meu humor e que o vento se faz vivo ao derrubar meus enfeites.

Abri as janelas com pressa para que vento entrasse bem rápido e bagunçasse além dos enfeites, meus cabelos. Para que eu movimentasse e aquecesse meu corpo com a entrada do sol, sem o filtro do vidro. Para que eu percebesse as folhas secas, que assim como a vida, voam com o vento.

Janela aberta. Alma escancarada.

Giza Luiza – 51 anos – dia 20 de julho

Adriana Chebabi  – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde faz curadoria dos textos e também escreve. Publicitária. Curiosa por natureza.  Divide seu tempo entre seu trabalho de comunicação e mkt e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa . 

A personagem Giza Luiza do “Fragmentos de um diário” é uma homenagem a suas duas avós – Giselda e Ana Luiza
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Uma carta de amor

Mudanças são engraçadas, olhando um pouco para traz, teve momentos na minha vida que tudo estava de pernas para o ar, como se eu tivesse me perdido no caminho, muitas vezes!

Mas, agora, parece tão legal o momento que estou vivendo, não digo politicamente e nem sobre a economia do país, mas por algum motivo as coisas estão no lugar, como um passeio de final de tarde, na feirinha da praia , com picolé na mão, legal!

Eu vivi uma busca por alguém, ou talvez por mim, sem entender o porque não encontrava, aí me dedicava ao trabalho, que por algum motivo também não ia, risos, eu acho que estava bem “Tabajara” mesmo!

Mas agora não, parece que a busca acabou, parece que “você” me encontrou e estou feliz, estou planejando e curtindo planejar, estou tentando aprender ser leve, e curtindo também ser leve, estou aprendendo a escrever, com muitos medos de não conseguir, mas já entendendo que errar é parte do aprendizado e tudo bem.

Me sinto no final de uma comédia romântica, onde tudo está se colocando no lugar.

Você me faz feliz, com 47 anos, me sinto com 13, como se estivesse com a primeira namorada, sei que temos muitos desafios pela frente, coisas de adulto, que não dá para fugir, mas agora, como garoto, só penso em ser feliz e fazer você feliz, é bom pra caramba amar você!

E depois de amanhã, quando tudo já estiver no lugar, mudança pronta, café na mesa, quero olhar para você e falar “Que delícia o processo”, estes são os nossos primeiros sonhos, conquistados com carinho e amor !

Amo muito você !

André Araújo – Belo Urbano. Homem em construção. Romântico por natureza e apaixonado por Belas Urbanas. Formado em Sistemas, mas que tem a poesia no coração. 46 anos de idade, com um sorriso de menino. Sempre irá encher os olhos de água ao ver uma Bela Mulher sorrindo
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Saudades…

Saudades de quando o tempo era leve
Os amores breves
Os sorrisos fáceis

Saudades do que fui
Do que planejei ser
Do que me tornei, mas não sou mais

Saudades…

sem idades

sem liberdades

sem cidades

Saudades de não ter saudades…

Adriana Chebabi e Adriana Rebouças – Belas Urbanas. De colegas na época da faculdade a amigas na fase atual da vida. As afinidades vão além do mesmo nome, estão nos pensamentos, na percepção e colocação nesse mundo, as conversas voam longe e se traduzem em lindas expressões artísticas, seja nos versos ou nos sabores. A vida é um presente e reconhecer pessoas com a mesma sintonia é algo melhor ainda.

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Vamos jogar?

Sem querer e de forma engraçada fui convidado a brincar;

Não foi jogo de bola, nem jogo de esconde-esconde, foi jogo de escrever;

Ela disse que eu jogasse, para ela ler, depois ela devolvia e eu tinha que entender;

Eita, como gosta de brincar, me lembra a minha infância, sei que vou amar!

Esse jogo de escrever é fácil jogar sozinha como jogo de paciência, mas ele topou o desafio…

Jogar junto com as palavras é como jogos de time, não é esconde-esconde ou polícia e ladrão.

Tem que ser time, pra ganhar junto, pra chegar no fim e o resultado ser o melhor.

E o melhor resultado é sempre aquele que toca seu coração.

Adriana Chebabi e André Araújo – Bela e Belo Urbano. Se encontraram no mundo dos textos, através de uma resposta do André ao texto de uma amiga em comum publicado aqui no Belas Urbanas, Adriana gostou tanto daquela resposta que convidou ele para publicar e de lá para cá já foram muitos outros publicados. Escrever é uma grande paixão de ambos, onde se identificam nesse mundo das letras que abre as portas da alma e da mente.

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O tempo…

Há quanto tempo!

Pois é… mas ando sem tempo!

Entendo, mas o tempo voa né?

Sim, mas parece uma eternidade que não te vejo…

Não te vejo ou não me vejo?

Na loja assustei, quando me vi no espelho do caixa

Pensei, por que essa mulher me olha assim?

Eu me olhava e não me reconhecia… Você não era mais eu e o tempo foi desculpa.

Simara M. Bittar e Adriana Chebabi Belas Urbanas. Amigas. Estudaram juntas por mais de 10 anos, da infância até terminarem o ginásio, atual fundamental 2. Se reencontraram nos 40 anos pelas mídias sociais, depois nos encontros presenciais com os amigos da escola. A amizade só cresceu, se encontram nos versos, nos textos, nos sonhos, nas opiniões, nem sempre iguais, mas com os corações abertos e com muito respeito e bem querer para aprenderem uma com a outra. Adoram as velhas e boas conversas por telefone, onde nunca falta deliciosas gargalhadas.

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Estranhos…

Os estranhos se encontram onde tudo pode. Me deseje sorte!

Os estranhos enlouquecem as mentes certas. Talvez erradas.

O que é certo? E o errado… apenas diferente.

Afinal… nas diferenças somos todos iguais.

Mas buscamos espelhos.

Narcisistas que só acham belo o igual.

Fora de moda, fora do tempo, fora da caixa, são o fora do fora do fora.

E estando tão fora, não percebem que estão dentro. Estranhos…

Macarena Lobos e Adriana Chebabi – Belas Urbanas, amigas desde a faculdade, uma mora em Niterói (RJ), a outra em Campinas (SP), publicitárias, a arte mora nas duas em diversas formas, e pra quem diz que não tem tempo para os amigos, elas dão um belo exemplo, se falam quase todos os dias tomando juntas virtualmente café da manhã e assunto não falta, das gargalhadas as lágrimas.
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Menopausa

Meno pausa

Menos pausa

Menos

Pausa

Meno male

Menopausa

Mulher não pausa

Pulsa

Daniella Andreoli e Adriana Chebabi – Belas Urbanas, amigas desde os primeiros anos da adolescência, fizeram esse poema em uma troca de mensagens brincando, sem pretensão, mas trazendo uma reflexão sobre o tema Menopausa e quebrando o receio de falar sobre o assunto, ainda existe tabu e preconceito contra o envelhecimento, principalmente o da mulher, mas envelher é viver e é a melhor opção que existe :). Que sejamos por hoje eternas adolescentes cinquentonas.

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Pensamento Sobre a Estrada

Misteriosamente me calo ao observar a sorte que construo, me levantando na alvorada e indo me deitar muito depois que o sol se pôs.

Interessante como a estrada se faz presente nos meus dias e as dores no corpo se fazem amiga, para que eu não fique tão só;

Observo atentamente que outros, também constroem a sua sorte na mesma hora do dia, mais uma companhia que não se pode falar;
 
Calado, na estrada, dedico meu tempo a pensar sobre coisas que me podem fazer com que eu amadureça, amadureço ao tentar entender que eu não entendo sobre nada ao meu redor;

Silenciosamente, observo e me questiono, sobre se tudo isso vale a pena, entender a estrada, a vida ou mesmo este poema e novamente me calo, sobre mais um tema.

Penso nas pessoas que deixei para trás quando resolvi seguir esta jornada e no tempo de vida que gasto para ter algo que sequer tenho certeza sobre o que é, contraditório, desanimo, sobre o pensamento se este é o caminho que quero seguir.

Mas, por outro lado, ao observar o tempo que já passou, o lugar onde estive e o lugar onde estou, percebo que cada tijolo vem molhado de uma gota de vitória, fruto desta estrada, e percebo também, que ao repousar, nos braços do cansaço, sobre o alento do que construí, terei descanso momentâneo, para no outro dia partir.

André Araújo – Belo Urbano. Homem em construção. Romântico por natureza e apaixonado por Belas Urbanas. Formado em Sistemas, mas que tem a poesia no coração. 46 anos de idade, com um sorriso de menino. Sempre irá encher os olhos de água ao ver uma Bela Mulher sorrindo.

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Leia meus lábios

Leia meus lábios

Eles não balbuciam, escrevem.

Leia meus lábios

Eles não xingam, escrevem

Leia meus lábios

Eles não falam, escrevem

Escrevem em letras minúsculas

Ideias maiúsculas

Escrevem em código morse

Só para complicar, of course

Escrevem em rima

Só para criar um clima

Escrevem, escrevem, escrevem

Como se quisessem descrever

Seus lábios.

Beto Mallmann – Belo Urbano, que era publicitário e virou artista e escritor e ficou muito feliz com isso.

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Saudade

Tempos de renovação
E tu me soltastes a mão
Para seguir teu caminho
E a mim? Deixastes sozinho?!

Cerro os olhos e te chamo em meua sonhos,
Acaso esquecestes o quanto “te estranho”?!
Espero no amor a paciência em ter SAUDADE
Ela nunca se vai, tal como tatuagem.

Com lágrimas te vejo povoando meus pensamentos,
Outrora rindo de felicidade, terno como um acalento
Te peço me espere, zele e me mantenhas vigiada…
Mas quão egoísta seria, por prender-te à minha jornada?

Solto tua mão, mas com o coração firme,
Pois duas almas afins jamais se perdem
O amor nos une, e a saudade pra sempre nos persegue!

Carol Costa – Bela Urbana, mulher, mãe de dois meninos, bacharel em direito, apaixonada pela escrita, pela vida e movida por sonhos.