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A beleza não bela do vazio

Há beleza no não criado
Uma beleza que não se vê
Mesmo que não acredite no belo
Ainda é belo o que não se crê
O fato ainda não feito
O beijo ainda não dado
O desejo ainda não realizado
TODA a sua vontade e potência
Colocado no vasto vazio não preenchido
A Linguagem do Vazio
Mas ao mesmo tempo
E nem sempre no mesmo momento
Há destruição e tragédia
Onde antes havia nada
No local onde sorria a fada
Soa o chicote e finda-se a comédia
E ali a beleza ainda esta
Seja na flor não pisoteada
Ou no sorriso grande e cruel
Na inocência retirada
Ali ainda haverá quem acredite no céu

A beleza é completa por si só
Mesmo em meio ao horror
Acreditam no horror do vazio
E ao mesmo tempo na força do amor
Os mortais tolos
Os imortais senis
Mesmo aqueles que ninguém diz
Entre aqueles que pensam pouco
Naqueles que pensam no além mais
Os letrados e os não doutores
Sempre haverá os que buscam ser feliz
Existe a beleza no sofrimento
Nas marcas e nos gritos de agonia
O capataz que não pensa
Ao estalar o chicote
A força daquele que aguenta
E o sussurro de “quero mais”
O belo ainda ali existe
As vezes não observado
E muitas vezes jamais notado
Mas perpétuo no jamais.

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