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Carta pequena para a mãe

Sempre teve um tom de dificuldade

Até porque sempre fomos tão diferentes e com ideias tão distantes

Se uma era o vermelho,  a outra tinha que preferir os azuis

Distâncias de dedos e até dos enfrentamentos, cada um deles

Enfim, fui crescendo e te busquei quase a vida inteira. A vida inteira te busquei

Há pouco te vi cada vez mais longe,

através das grades do portão…

Quase um ano inteiro assim.  Que loucura!

Foi como não te encontrar mais nem nos meus próprios medos

Um dia desses fui te ver com uma máscara toda colorida, era tão visível

E foi o dia em que você menos me viu ou mais me viu tão nua

Foi o dia em que a lágrima escorreu

Escorreu pela falta, pela insensatez do momento

Escorreu pela vida que insiste em passar tão estranha

E algumas vezes tão violenta

Escorreu em tom de saudade, mesmo.

Siomara Carlson – Bela urbana. Arte Educadora e Assistente Social. Pós-graduada em Arteterapia e Políticas Públicas. Ama cachorros, poesia e chocolate. @poesia.de.si





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