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Sobre relacionamentos abusivos – parte 4 – Ave de Rapina

“Quem um dia irá dizer que não existe razão nas coisas feitas pelo coração”, e quem irá me dizer que não?

Dos limões que a vida me deu posso dizer que fiz uma limonada e diga-se de passagem, limonada essa daquelas bem azeda e ruim de tomar.

Nunca fui de fazer planos mas os poucos que fiz nunca saíram da maneira como planejei e talvez seja por isso que as frustrações ainda machucam mas já não me ferem mais.

Acredito que quando decidimos compartilhar a vida com alguém temos a responsabilidade meio a meio de fazer aquele investimento fluir com sucesso. Porém, quando o investimento é feito sempre somente por uma das partes a chance disso terminar das piores maneiras é grande.

Por isso decidi encerrar um dos ciclos, se não o mais, desgastante da minha vida.

E neste caso a situação se assemelha à uma vítima que precisa escapar do cativeiro, mas que sente pena do seu sequestrador.

A Arlequina iria se despedir do Coringa.

Eu precisava sair e você me dava todas as razões possíveis para ficar. Era como se eu tivesse despertado de um sono profundo e muito pesado. De repente tudo estava muito claro e o fim já não era mais uma pergunta.

O fim era uma resposta.

As suas tentativas incansáveis de me fazer repensar só me deram mais certeza de estar no caminho certo.

O choro, a manipulação, as palavras chaves e as suas inúmeras hipóteses sobre o que aconteceriam se eu decidisse terminar me fizeram dar o primeiro passo para não poder mais voltar.

Você me fez perder noites de sono, me fez perder amigos, dinheiro, saúde e por último minha casa.

O preço de tanta compaixão foi pago com muitas lágrimas de ódio por ter perdido cada móvel que eu demorei muito para conquistar.

Judas é íntimo e nunca um estranho não é mesmo?

Por diversas vezes você me fez acreditar estar perdendo minha sanidade.

Foi cruel.

Você me separou de você.

O juramento se cumpriu.

Recomeçar do zero pode parecer uma tortura, quase todos nós temos medo do novo e está tudo bem.

Descobri que mesmo quando é tirado o chão de nossos pés ainda nos restam asas para voar. É assustador perder bens, pessoas e sentimentos porém é assustadoramente maravilhoso perder o chão, ganhar o céu e se descobrir como uma águia.

O fim que eu renunciei por várias vezes me mostrou diversas possibilidades de aprendizado.

Não tenho culpa por ter feito o meu melhor.

Não tenho culpa de ter agido com meu coração.

Eu me amo.

Eu me curo.

Eu me cuido.

E se nesse novo processo aparecer uma companhia vai ser super legal dividir a caminhada pois agora eu também sei voar.

Fim.

Gi Gonçalves – Bela Urbana, mãe, mulher e profissional. Acredita na igualdade social e luta por um mundo onde as mulheres conheçam o seu próprio valor. 
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Quando a violência não é só física. Violência patrimonial e estelionato sentimental.

Desde a promulgação da notória lei Maria da Penha, acaloraram-se os debates acerca
do enfrentamento ao cônjuge agressor, sobretudo visando proteger a integridade física
da mulher que vem sendo vitimada, em face das agressões perpetradas por seu
parceiro.

É de bom alvitre dizer que a referida lei foi um verdadeiro avanço ao aspecto cultural
das relações familiares, no qual invocava-se o jargão, que dizia: “em briga de marido e
mulher, ninguém mete a colher”.

A frase acima não poderia estar mais equivocada. No entanto, perdurou e ecoou nos
lares brasileiros por muitas décadas, eis que o marido, chefe do lar, detinha todo o direito
de impor suas regras, ao seu bel prazer e ninguém, nem mesmo o Estado, deveria
intervir naquela relação familiar.

Hoje, a lei Maria da Penha se encontra consolidada e salva anualmente muitas vidas.
Além disso, desencadeou o debate nas formas de agressão sofridas pelas mulheres,
que não necessariamente, impliquem em contato físico entre vítima e agressor. Dentre
elas, destacam-se a violência patrimonial e o estelionato sentimental.

No primeiro deles, o agressor gera um prejuízo financeiro ou destruição de bens da
vítima. Nem sempre são bens de valor econômico elevado, mas geralmente bens de
valor sentimental, cuja memória afetiva remeta a pessoas ou situações vividas no
passado.

Os aparelhos celulares estão entre os objetos preferidos do agressor, pois ao danificálo, cria-se uma forma de impedir ou dificultar a comunicação da mulher com terceiros.

Repare que a intenção nem sempre é causar um prejuízo financeiro à vítima, mas sim
exercer um controle absoluto sobre sua vida e minar sua psiqué, limitando o acesso da
mulher à amigos e familiares, pois entende que a mulher deva dedicar-se
exclusivamente a ele.

Objetos lançados contra a parede ou pela janela buscam sinalizar à vítima de que
aquele agressor é senhor da situação. Quer indicar através do terror psicológico, quem
manda ali, na tentativa de impor à vítima devoção e obediência à sua autoridade. E se
não o faz, as agressões físicas se impõem, como uma forma de correção àquela mulher
cujo comportamento não o agrada.

O estelionato sentimental, por sua vez, possui uma característica inquestionável, qual
seja: O agressor seduz a vítima até ganhar sua plena confiança, para que dela possa
obter vantagens econômicas. O objetivo, neste caso, é meramente locupletar-se da
vítima, através da relação de confiança que fora estabelecida, para aplicar-lhe
verdadeiro golpe.

E acontece, pois a vítima encontra-se vulnerável a uma falsa percepção de realidade,
acreditando que haveria naquele relacionamento, um sentimento afetivo mútuo, quando
na verdade ele não é correspondido, o que é percebido tempos depois, quando é tarde
demais.

É importante destacar que quando lemos relacionamento, nem sempre estamos
adstritos àquela relação de namorados, companheiros, mas sim de forma mais ampla,
podendo inclusive ser uma relação consanguínea, onde o próprio laço familiar traga a
confiança que se esperava.

Em outras palavras, vai muito além do “golpe do tinder”, podendo, inclusive, ocorrer em
uma relação entre pais e filhos, como recentemente noticiado por uma jovem atriz, que
fora vitimada por seus próprios pais que administravam seus rendimentos e realizaram
repasses indevidos para contas pessoais e transferência de bens sem sua anuência, o
que a motivou a expor os fatos publicamente em veículos de comunicação.

Obviamente que em casos assim, não há sedução, pois já há uma proximidade natural
entre as partes, imposta pela ligação já existente entre eles. E com base no artigo 1.689,
II do Código Civil, os pais já administravam seus bens, em razão de sua menoridade.

É importante saber que no caso da atriz, é possível pedir aos pais, administradores do
patrimônio enquanto a filha era menor, a prestação de contas para que seja apurada a
lisura da administração e caso haja comprovação de desvios irregulares, pleitear
judicialmente o devido ressarcimento.

Ademais, o estelionato sentimental ou afetivo é considerado uma modalidade de
estelionato, tipificado no artigo 171 do Código Penal.

Em suma, em ambos os casos a vítima deve se atentar que o agressor, em regra, majora
o nível de violência de forma gradativa, começando com pequenos gestos que
fatalmente evoluirão para casos de alta gravidade.

É importante que ao primeiro sinal, a mulher procure um advogado especialista em
direito das famílias, para que esteja ciente de seus direitos e para buscar contornar a
situação com a máxima urgência.

Luis Felipe F. da Costa Neves – Advogado especialista em direito de família, coordenador da área de Família e sucessões do escritório Izique Chebabi Advogados Associados (www.chebabi.com),  carioca, botafoguense e apreciador de bons vinhos

 

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Sim, mais gentileza, por favor!

Meu amigo Johny contou no storie do seu Instagram que ele viu um ônibus parado em um local, o qual não era o ponto de parada. A curiosidade o fez observar que o motivo daquela parada inusitada foi para ajudar um deficiente visual a descer com segurança, imagine só, em frente à casa dele! O que me chamou atenção é o fato que o meu amigo disse uma grande verdade nesse mesmo storie: se tivesse acontecido uma tragédia, teria dado mais ibope.

O fato é que desacostumamos com a gentileza, seja ela qual for: um bom-dia, um abraço mais apertado, uma palavra de consolo, uma atitude boa, um obrigado, um elogio. Por quê? Porque desconfiamos. Desconfiamos de benesses em troca de gentilezas, infelizmente.

Mas isso não pode se tornar verdade!

Um gesto simples faz uma enorme diferença na vida de qualquer pessoa. E não custa dinheiro. Custa somente querer.

“Gentileza gera gentileza”. Essa máxima foi criada por José Datrino, o Profeta Gentileza, imortalizado na canção da Marisa Monte, “Gentileza”, em homenagem a ele. Para quem não sabe, o Profeta Gentileza carregava um estandarte escrito a mão com a frase. Além disso, ele era super gentil com todos e pelas ruas da cidade do Rio de Janeiro, anunciava quão bem fazia ser gentil.

E não é verdade?

Dar um sorriso no elevador, um bom dia para quem for ou ser como o motorista do ônibus, que ao notar a dificuldade do passageiro, fez um ato espontâneo e de bondade ao deixá-lo em sua casa, pois era caminho.

E ainda penso: mesmo que o outro não seja gentil comigo, eu o serei, uma vez que ser gentil faz parte de mim e não diz respeito ao outro.

Quem sabe a gentileza de uma pessoa não faça com que o outro também o seja?!

Luciana Rossi Gardim – Bela Urbana. Pprofessora de Língua Portuguesa. Curiosa demais para ficar parada esperando a vida passar, porque a vida é muito curta para ser pequena.



 

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Inadiáveis

Ontem, na contramão do hábito, desci pra dar uma volta enquanto algumas questões se revoltavam dentro de mim, vendo quem levava quem pra passear. E nessa exagerada quarta-feira de sempre, espremendo um pouco mais de férias na pia da minha semana, fui atravessar a rua e esbarrei comigo, 20 anos mais novo, olhando de volta do impossível, quase tão assustado quanto eu diante do impensável reboliço. Quem de nós dois voltaria pra casa?

Eu – de mais tempo – levava comigo o Dom, meu cachorro e parceiro, e o dom inato de não ver com facilidade pessoas conhecidas na rua, da proximidade que fosse, o que sempre me fez ser descoberto muito mais do que descobrir. Naquele momento, não teria outro jeito: me descobrir era a única saída.

E lá, do lado de lá, que é cá também – ou foi – ia eu, com a mesma inabilidade de equilibrar cães, sendo levado por Thanatos, hoje saudade, que parecia ter me reconhecido há muitas quadras, ou décadas. O cheiro deve ser das poucas coisas que o tempo não mexe.

Deixei que eu viesse. E fui, também. Misturando um pouco cada um de nós. E conversamos, não sei nem quanto tempo, mas pareceu passar uma vida dentro desse diálogo familiar. Tudo meio embaralhado, entrelaçando coleiras e certezas até que fosse necessário desfazer aqueles nós.

-Como você está? Disse eu.

-“Quando”, você quer dizer. Eu também falei.
Rimos um bocado.

Falamos sobre os dramas de se ter 17 anos, querer o mundo todo de uma vez, e não saber por onde começar. E também sobre os dramas de se ter 37, o mundo não ser seu, e o medo de como tudo pode, de uma hora pra outra, terminar sem nem chegar a acontecer.

Sempre fui do tipo dramático mesmo, e já ali nos reconhecemos.

Falamos da crueza da vida, sem pesar… E de como ela é difícil mesmo, por estarmos normalmente tão pouco preparados, mas tudo isso como contrapontos, que tornam, talvez, os bons momentos tão mágicos e etéreos. E a melancolia foi, aos poucos, se dissipando, como algo que precisava passar ali para provar que era tudo real naquele idílico duelo. No espelho, normalmente, é a ruga que salta.

Comparamos tudo que pudemos lembrar… O corpo, da carcaça lisa esculpida a Vôlei e Toddy, frágil, ao dobro, engolido em culpas, dietas em série e a mesma despedida todo domingo. Frágil também.
O tempo fragiliza. Resistir pra existir, né? Mas não foi de zero… A barba, outrora rarefeita, agora resolvia melhor a aparência de mais novo, e o olhar, apesar de suas adquiridas aspas, conseguia dizer melhor o que precisava.Você ainda escreve? perguntei de longe, de 2003

-Menos, bem menos. Demoro mais, acho que porque espero ver algo diferente, que não sai do mesmo eu de sempre, ou porque o hoje não espera. Expliquei, me debruçando para saciar as saudades, minhas e do “Natos”.

-É feliz? Emendou o jovem com a mais velha das questões

-Várias vezes. Uns dias mais, outros menos. Mas sempre tentando, sem me distrair. Respondi imaginando que se eu mentisse, eu saberia.
E assim fomos.

Conversamos sobre escolhas, de como, na verdade, são ilusões para manter qualquer sanidade na superfície. É tudo tão frenético, tão rápido, e efêmero, que parece que estamos, na verdade, soltos no mar, num dia de ventania… Ele, que é meio, que é acaso, que é multidão, correndo com a gente por aí… E a gente, que é vida, escolhendo o ritmo da pernada. Resistir acho mesmo que é escolha. E segue valendo mais.

Fez-se um silêncio necessário para assimilar a recente gravidade daquela prosódia… Tantos caminhos possíveis, de vida e de papo, mas a gente sempre gostou mais mesmo dos exageros. Aquele marca-texto neon sobre a verdade mais aguda… A retórica presa nos extremos, sendo a vida bem mais de outra média qualquer.

-Acho que, na verdade, o tempo muda pouco as coisas. Ele passa, porque precisa ir. E segue na gente o que precisa ficar. Filosofei, como próprio dos mais velhos que precisam parecer, também, mais sábios.

-E vou além, é tudo pra ontem. O agora é inadiável, porque a vida não espera. Completei, urgente, sem saber direito do que dizia. Mas eu entendi, depois, já.

-E agora? Perguntei velho.

-Agora eu busco você e você me busca, respondi sábio com a boca de poucos beijos. Eu, ser você daqui a pouco. E você ser um pouco eu, pra sempre. Completou.

-Então invista em amigos e no tempo dedicado a eles. Foi sempre neles que eu pude realmente me encontrar. Orientei, com a boca cheia de poesia.

-Isso vale pra sempre, não percamos de vista. Finalizei dizendo o que eu precisava ouvir, qual fosse a geração.

Os 20 anos que recheiam o abismo entre aquelas duas versões da mesma coisa, guardam também neles e no mais empirico saber outros tantos personagens que ajudaram a contar uma história mais feliz hoje. É estranho, olhar daqui dos polos, e perceber o quão longe me levaram, pela mão e pelo sorriso, tanto quanto ver que já eram, no início de tudo, meu tudo.

Sorrisos com identidade, alegrias com receita de bolo e passo a passo, e a mais corriqueira felicidade, garantida em ser deles e de volta. Como pude me esquecer tanto assim? Ou me negligenciar… Que o eu de 57 me veja na rua um dia e agradeça pelos encontros nunca mais adiados.

E ali, sob a verdade daquele diálogo, redescobri o segredo maior. Acenei, com pena de apertar a mão do passado, e puxei o Dom pra perto, despertando a despedida. E na outra ponta, sob a vasta cabeleira, reprisei o aceno, acompanhando a valsa daquele “adeus”.

-A gente se vê. Gritei pra mim, esperando que fizesse sentido no sentido que fosse. De trás pra frente, de ver no inacabado adulto de 37 anos aquele incalculável jovem de 17, como na própria mão do tempo, vendo no âmago do garoto de 17 as exatas condições para tirar da cartola esse homem de 37, grato pela jornada até aqui.

-Eu sei. Respondi, e agora podendo ter sido qualquer um dos dois.

E assim voltamos pra casa, juntos, eu e eu… E sem nenhum dos dois, jamais, chegar. Em mim, agora, somos todos inadiáveis, e vai ser incrível ver o que esses encontros vão realizar de agora em diante. Amigos queridos, aí vamos nós.

Bernardo Fernandes – Belo Urbano. Um gêmeo canceriano, e um ingênuo que já passou dos 35 anos, nesse contínuo processo insano de se descobrir. Achou na Comunicação uma paixão e uma labuta, e vive nessa luta de existir além do resistir, fazendo diferente e diferença… Ser feliz de propósito, sabe? Sem se distrair desse propósito. E vai assim, escrevendo o que a alma escolhe dizer, tocando o que a viola resolve contar, fazendo festas com cachorros e amigos perdidos, e brincando de volei, de pique, e de ser feliz na aventura da sua viagem. Vai uma carona?

 

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Casa do Vale Feliz

Quando vi o nome do lugar pensei e aqui que vou morar: Vale Feliz.

Nascia o terceiro filho, Segundo casamento. Terreno comprado. Projeto da casa de presente. Obra.

O menino já com 1 ano ia para creche, as meninas para a escola e eu para obra. Vestindo roupa de ajudante de pedreiro e ia fiscalizar. Era a louca da obra, varria, me metia em tudo dando bronca em pedreiro. O companheiro vinha de 15 em 15 dias doutorando que estava em Brasilia. De nada sabia, total confianca. Eu organizada que sou, contava os dias para mudanca.

Vivi intensamente todos os momentos. Escolhi pisos, janelas, moveis.

Enquanto eu fazia a mudanca o companheiro defendia a tese. Eu triste, ali a distância não era mais apenas fisica.

Enfim, mudanca. Eu, três filhos pequenos e marido ainda. A vida se reformulando.

Logo fiquei eu e três filhos pequenos na linda casa.

Lindo lugar mas distante de tudo, fui motorista de filhos durante anos. Ali fiz um pomar onde antes nada existia.

Cuidei de filhos, cachorros, jardim. Poucos homens diferentes levei ali.

A minha inquietude me levou embora. Aluguei a primeira vez o que antes achava ser o meu Paraíso. Botei os filhos embaixo do braço e parti.

Esse movimento se repetiu outras vezes. Anos passando, filhos saindo. Uma foi para a Europa, uma se casou e aquele que entrou bebe aos 20 anos foi morar com o pai.

Vazio, depressão.

Vendi tudo, juntei uns poucos objetos de vida e coloquei no sotão. Fiz uma mala e fui embora do país.

Na casa moraram músicos, padeiro, professores. Nasceu uma menina na sala da casa. Morreram cães Morreram árvores. Poucas coisas se quebraram. Nenhuma Reforma.

Agora mais uma vez saio da casa. Resolvi de novo diminuir a bagagem. Fui para perto dos filhos após a perda dos velhos pais.

A vida mudou, a casa lá está pintada de branco com janelas azuis e cercada de um pomar.

Maria Nazareth Dias Coelho – Bela Urbana. Jornalista de formação. Mãe e avó. É chef de cozinha e faz diários, escreve crônicas. Divide seu tempo morando um pouco no Brasil e na Escócia. Viaja pra outros lugares quando consigo e sempre com pouca grana e caminhar e limpar os lugares e uma das suas missões.
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Mulheres doadoras

As mulheres “de antigamente” viviam em doação à família. A profissão delas era denominada: “do lar”. Esse termo diz tudo: Elas abriam mão de sonhos e desejos e viviam em doação.

Apesar de termos tido nossas profissões, conquistas financeiras e liberdade, aquele arquétipo doador permaneceu impregnado em nosso DNA, talvez por repetição sistêmica. Isto faz com que muitas de nós, mulheres, não saibamos receber.

A doação é um gesto lindo, mas na vida tudo precisa fluir de forma equilibrada, num ir e vir, num dar e receber.

Receber é permitir que te enxerguem; que te sintam; que se sensibilizem por ti; é permitir que te protejam; que te amem.

Permitir-se receber é acolher um gesto de carinho; é amadurecer no outro a compaixão; é despertar no teu próximo o sentimento de amor incondicional.

Devemos estar atentos para acolher o que o universo nos traz, em contrapartida às nossas doações. Isso é o equilíbrio entre o eu doo e acolho; eu protejo e sou protegido; eu amo e sou amado.

Receber é despertar e manter no outro o lindo gesto de doar.

Marisa da Camara – Bela Urbana, Administradora aposentada, que hoje atua em suas paixões: a escrita e a radiestesia. Crê nas energias da natureza e é amante da vida, dos seres humanos e ‘doidinha’ por seus 4 netos.

 

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Quantidade

M E N O S

M E N O

M E N

M E

m

M

M A

M A I

M A I S

Adriana Chebabi  – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde faz curadoria dos textos e também escreve. Publicitária. Curiosa por natureza.  Divide seu tempo entre seu trabalho de comunicação e mkt e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa.

 

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Mastiga a pedra, o peão

Havia uma pedra no meu caminho. No meu caminho, havia um caminhão. Pau de arara lotado de menino. Mais uma pedra no meu feijão. Quebra nozes. Tiradentes. Dei a pedra nome e função: come pai, mãe e parentes. Pedra só pesa no saco, fração. Ignoro assim, pois a fome torce, ignora, me desvia a atenção.

Menino roça, volta e dorme. Pensando na hora da pedra, demora a comer, jaca e mamão. Se concede assim o patrão, esquece da vida na hora. Mastiga no caminho a pedra, ignora e engole com feijão. Havia uma pedra pelo caminho. Sapato furado de quem ganha o pão.

Crido Santos – Belo urbano, designer e professor. Acredita que o saber e o sorriso são como um mel mágico que se multiplica ao se dividir, que adoça os sentidos e a vida. Adora a liberdade, a amizade, a gentileza, as viagens, os sabores, a música e o novo. Autor do blog Os Piores Poemas do Mundo e co-autor do livro O Corrosivo Coletivo.
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Lute, conquiste e vá buscar

Cara e Eterna Amiga Adrix.
Finalizando mais um ano,
Que não aceitou amadores,
Porque nos feriu demais,
E sentimos muitas dores.

Foram trezentos e sessenta
E mais cinco como garantia,
Que tudo em 2022 acabaria,
E vai acabar, mas não desabar.

Aposte em seu Patrimônio Líquido,
Tudo que conquistou sem ilícito,
Tenha cuidado com as sobras,
São seus méritos em obras,
Ato de ativar conhecimentos,
Contagiando-se a todo momento.

Para dois mil e vinte e três,
Poderia com hipocrisia,
Lhe enganar de vez,
Algo que não serei,
De coração desejarei:
Lute, conquiste e vá buscar,
Com seus amados dentro do lar.

Não acredite na passividade,
Nas falsas felicidades,
Nas falas vazias,
De um ano novo,
Maravilhoso.

As mídias desejam,
Como se fossem verdades,
Seja nesse momento incrédulo,
Querem lhe enfiar mais créditos,
Porque desejam a “grana”,
E não sua felicidade.

Como em um Balanço,
Completo e Patrimonial,
Da vida busque qualidade,
Do mundo encontre a verdade,
Dos amigos reforce amizades,
Aos amados prove o ano inteiro,
Saber governar a ti mesmo,
Ser ético no que acredita,
Com as decisões sustentável,
Com seu seja “ego” amável,
E viva a vida por inteiro.

L.C. Bocatto– Belo Urbano. Diretor do Instituto IFEM – Instituto da Família Empresária. Criador da Ferramenta de Análise Científica Individual e Familiar. Formações – Mestre em Comunicação e Mercado, MBA em Controladoria, Contador, Psicanalista Terapeuta com foco em famílias e indivíduo com problemas Econômicos (perda de riquezas) e Financeiros (saldos negativos de caixa)

 

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SENTADO À BEIRA DO CAMINHO

Erasmo Carlos, menino poeta em que resta nesta viagem um pouco da dor, da flor, da cauda e da… viagem! Lembrar do que sou, do que fui e do que restou.

Essa é a música que fala e que norteia os nossos olhos e que nos garante que eu fui e, sou ainda seu amigo!

Minha grande sensibilidade é extrema ao ouvir essa mesangem.

Ontem eu fui…

Ontem eu sou…

Ontem eu fui…

Ontem eu sou.

Preciso acabar logo com isso…

Pois não tenho vontade…

De me sentir ontem…

De me sentir que fui.

Minha sombra me acompanha e vê que eu…

Ficar aqui sozinha?

Preciso acabar com o que fui, com o sou e com o eu.

Muitos anos depois de sua mensagem…

Eu sou..

E quando penso em ti…

Eu fui seu amigo…

Eu sou seu amigo e serei sempre amigo!

Esteja onde estiver eu serei…

Seu amigo!

Salve!

Joana D’arc de Paula – Bela Urbana, educadora infantil aposentada depois de 42 anos seguidos em uma mesma escola, não consegue aposenta-se da do calor e a da textura do observar a natureza arredor. Neste vai e vem de melodias entre pautas e simetrias, seu único interesse é tocar com seus toques grafitados pela emoção.