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Hora de jogar fora

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Resolvi jogar coisas fora, coisas que nunca jogo, coisas que tenho dificuldade em me desvencilhar…. papéis, escritos, agendas velhas, esse grande diário da minha vida dividido em anos, são muitos, mas comecei. Preciso abrir espaço, deixar de guardar coisas que não servem para ninguém e são minhas memórias. Decidi fazer isso porque as minhas memórias, as que importam, estão guardadas na minha cabeça e no meu coração.

Não tem sentindo ficar guardando agendas, tomando espaço nas gavetas, para saber por exemplo o que fiz no dia 22 de dezembro de 1992, onde entre coisas que fiz foi: mandar cartão para Lettera, (agora pergunto, quem ou o que era Lettera?), passar fax para Arnaldo (quem é Arnaldo?) e fax? Bom, o fax é até interessante pois retrata uma época, mas e dai?, ligar Denilson – Forte Turismo ( não faço nem ideia de quem é e qual era o motivo da ligação), entre varias outras tarefas ligadas ao trabalho nesse dia. Com relação a minha vida pessoal, nesse dia, nada escrevi.

Posso pegar aleatoriamente vários dias e a maioria desse ano será parecido com esse. Foi meu primeiro ano com a Modo, recém formada. Da vida pessoal desse ano, percebi que ia muito ao cinema, coisa que hoje não vou tanto, mas a vida muda e mudam as diversões, prioridades e condições que facilitavam isso. Vi que trabalhava muito, vi que alguns amigos eram mais presentes naqueles anos das agendas que já foram vistas ( 92, 93 e 94), e hoje nosso contato praticamente é virtual, são queridos, alguns estão na mesma cidade, mas ficamos distantes do contato físico, algo para se pensar, mas não sei se mudará, talvez a questão é aceitar que a vida de todos mudam.  Eu tomava mais sol, mas já não era tanto.  Vi que engessei o pé em um desses anos e que já tinha esquecido, então ao todo engessei meu pé 03 vezes por torções, não nesses anos, somente uma vez em um desses anos, lembrava de duas, mas isso tão não é tão importante assim e a memoria (nossa cabeça e coração) guarda mesmo o que nos toca, para o bem e para o mal.

Letras de músicas e alguns trechos de poesias “pipocam nas agendas”. Fatos de família estão presentes, chegadas, partidas, nascimentos, contas e saldos bancários, troca de moedas no País, meu olhar sobre fatos políticos, comemorações, brigas, casamentos, velórios enfim, a vida. Porém, o que mais tem mesmo, são muitas e muitas coisas de trabalho, como tarefas diárias nessas agendas, então me liberto e as deixo ir. Arranquei algumas folhas que me pareceram mais pessoais, depois faço uma segunda triagem, mas são poucas.

Vai embora os papeis  velhos, o que é importante mesmo mora em mim para sempre sem o peso dos papeis. Afinal, para que serve saber que no dia 15 de abril de 1992 eu tinha como tarefa mandar para a revista AU o release e o cromo pelo correio. Não sei mais que revista é essa, hoje não usamos mais cromo e pelos correios mesmo, hoje em dia, o que recebemos são contas. Desapego e desejo mesmo que esses papeis sejam reciclados.

10959308_10203700598545176_5268303932415920241_n Dri perfil

Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde é a responsável pela autoria de todas os contos e poesias. Publicitária e empresária. Divide seu tempo entre sua agência  Modo Comunicação e Marketing  www.modo.com.br e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos.

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