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EU TE AMO TANTO A TI

Madrugada magra de estrelas
Bar afogado em delírios
Tu
Te divertes entre tranquilos perigos
Homens atenciosos que te oferecem álcool
E colo

Uma amiga pergunta:
Por onde anda
Quem o vê?

Então
Te lembrarás de mim
E eu
Estarei longe demais
De teus prolixos teoremas sobre a felicidade
Das verdades devastadoras que nos constrangiam
Ditas com tanta delicadeza
E boa educação

O brilho do teu olho
Não mais alcançará o brilho
Do meu olho
E naturalmente mudarás de assunto

Eu – que te amo tanto a ti –
Tu – que me amas dissimuladamente –
Viveremos um no futuro do outro
(Vestígios de minhas pegadas no teu corpo
Teu sorriso abandonado no meu coração)

Algo de mim te alegrará
Jeito de ti me acompanhará
Cúmplices sentimentos diante de cada espanto:
a criança pobre que vende lágrimas
a madrugada deslumbrando-se em segredos
este país ausente de Deus

Eduardo Lapinha – Belo Urbano, poeta, letrista, Agente Fiscal de Rendas e ex-geologo é um aquariano com ascendente em Peixes que já sonhou muito. Hoje, fala menos, ouve mais e tem na literatura seu paraíso artificial.

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