“Esse texto foi escrito dentro da UTI após Gi ter passado por uma cirurgia no cérebro”
A doença não escolhe a sua vítima. Ela não escolhe cor, classe, sexo, gostos ou política social.
A doença não define. Ela vem sem avisar, fica sem pedir.
Lá fora há filas preferenciais, classes femininas, masculinas e infantis.
Aqui não há ninguém melhor que ninguém, aqui não há escolhas. NADA nos difere uns dos outros.
Aqui dentro o pensamento esvai, a etiqueta dissolve, não há vaidade ou opções. Aqui é a doença e nós.
Meros aprendizes e cobaias da vida.
Aqui encerra um ciclo e recomeça outro. Aqui não há outra opção à não ser, ser grato.
Grata pela vida até aqui, grata pela segunda chance. Grata pela dor, pois se há dor há vida.
E o sol brilha lá fora nos convidando a dançar novamente, esta maravilhosa festa e este grande espetáculo que é a vida.
Gratidão.
Gi Gonçalves – Bela Urbana, mãe, mulher e profissional. Acredita na igualdade social e luta por um mundo onde as mulheres conheçam o seu próprio valor.