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Na Condicional

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Se…

De repente lá está ela novamente na condicional… Sentada em uma pedra, olhando o horizonte, o sol se pondo no mar, as ondas quebrando na praia, sentindo o ar salgado impregnando suas narinas e seu pulmão. Respirando fundo e lentamente, em um de seus poucos momentos de total solitude, pensa nas possibilidades, nos inúmeros “se” da sua vida…

Se eu tivesse seguido uma carreira diferente? Se eu não o tivesse encontrado? Se eu tivesse feito aquele curso no exterior? Se eu fizesse o bolo formigueiro e não o de cenoura? Se eu não tivesse casado naquele momento? Se eu usasse o vestido azul? Se eu tivesse mais, ou menos, filhos? Se eu cortasse o cabelo?

São tantos “se”, cada opção com suas consequências… Cada escolha levando a um lugar em detrimento de outro. Qual é a função do acaso? Eu poderia interferir? E se eu tivesse reagido apenas alguns segundos antes?

Ela sentiu-se tonta, não sabendo se era o ar do mar que ela respirava ou aquele exercício mental de condicionais.

Uma frase estava sempre presente em seus pensamentos, era a frase de um livro, escrito por sua bisavó nos anos de 1920: “Meu papel na vida está completo e estou totalmente despreocupada e livre, podendo distrair-me olhando para trás e pensando em que jogo do acaso a vida tem sido…Fico imaginando que forma os acontecimentos teriam tomado se em determinada bifurcação do caminho, tivéssemos optado por um rumo diferente?”

O sol já se pôs e sobrou apenas a fraca luminosidade do anoitecer…

Teria sido diferente!

Teria sido melhor? Talvez… Teria sido pior? Talvez… Mas a verdade é que teria sido apenas diferente!

Ela se levanta e olha para trás, para as janelas já iluminadas da casa. Enquanto caminha de volta sorri, sentindo-se feliz e grata por suas realizações, e seu coração se enche de carinho ao avistar os frutos de suas escolhas.

FOTO PERFIL Synnove

Synnöve Dahlström Hilkner É artista visual, cartunista e ilustradora. Formada em Comunicação Social/Publicidade e Propaganda pela PUCCAMP. Desde 1992, atua nas áreas de marketing e comunicação, tendo trabalhado também como tradutora e professora de inglês, com ênfase em Negócios. Nascida na Finlândia, mora no Brasil desde os 7 anos e vive atualmente em Campinas com o marido, com quem tem uma empresa de construção civil. Tem 3 filhos e 2 netas. Desde 2011 dedica-se às artes e afins em tempo quase integral – pois é preciso trabalhar para pagar as custas de ser artista – participando de exposições individuais e coletivas, além de salões de humor, especialmente o Salão de Humor de Piracicaba, também faz ilustrações para livros.É do signo de Touro e no horóscopo chinês é do signo do Coelho. Contribui para o Belas Urbanas com suas experiências de vida.

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