Posted on Leave a comment

#primeiroassédio

Mulher triste shutterstock_221890780

Os relatos de várias mulheres com  #primeiroassédio e agora com #meuamigosecreto me encantou acima de tudo como o bom uso de uma ferramenta de comunicação pode sim ser coletivamente positivo para moldar um muralzinho de histórias sobre um assunto tão comum entre as mulheres, mas tão notoriamente pouco compreendido entre os homens: O abuso sexual.

Hoje, após ler algumas experiências me senti totalmente motivada a relembrar um episódio entre outros que definitivamente me fez sentir medo e raiva.

Vamos lá:

Uma vez, bem menina, estava pedalando próximo a uma praça no bairro no qual morava em Campinas curtindo e dominando bem o ritmo da bicicleta, lembro que gostava até de arriscar uns pulinhos modestos embalada pelo som do meu walkman que religiosamente tocava titãs e plebe rude. Pois bem, de supetão fui abordada por um Chevette vinho, meu bairro era perto de uma de vila militar e pensei que o distinto gostaria de alguma informação sobre aquelas bandas, mas não.

Bem pensado ele saiu do carro e colocou seu membro para fora ordenando que eu o pegasse e me chamando de vagabundinha várias vezes. Eu morri de pavor, tinha apenas uns 13 anos.

Sai tremendo e chorando e ele rindo.

Não contei o ocorrido para meu pai com medo dele me proibir de andar de bike e definitivamente ele iria fazer isso.

Passei a noite sem dormir com um medo que oscilava para a raiva. Raiva daquele sujeito que nunca havia visto na vida toda. Quem era ele? Porque fez aquilo? Fará de novo?

Dias depois voltei a pedalar, ato sagrado para colocar algumas idéias no lugar em plena adolescência, mas quando passava perto da praça era tomada por sua horrível lembrança.

Hoje sou mãe e mulher adulta mas, aquela pequena adolescente que fui; ainda guardada dentro de mim bem que gostaria que esse senhor, se vivo, seja um brocha de merda, porque eu não tenho mais medo do Chevette vinho mas, todo homem tem medo de ser brocha.

Desculpa o rancor “amigão”, você deve ter feito isso com muitas meninas mas, hoje a gente pode falar abertamente sem culpas e temores e não escondida no banheiro. E isso, isso é demais!

Cada história dessas serve acima de tudo como exemplo do que NÃO fazer com meninas e mulheres.

É pedir muito? Que seja, afinal respeito é bom e todo mundo gosta.

12312535_10153184041901440_1995393348_n Meg

Meg Lovato – formada em comunicação social, coreógrafa e mestra de sapateado americano e dança para musicais. Tem dois filhos lindos. É chocolatra e do signo de touro. Não acredita em horóscopo mas sempre da uma olhadela na previsão do tempo.

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *