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Sobre relacionamentos abusivos – parte 4 – Ave de Rapina

“Quem um dia irá dizer que não existe razão nas coisas feitas pelo coração”, e quem irá me dizer que não?

Dos limões que a vida me deu posso dizer que fiz uma limonada e diga-se de passagem, limonada essa daquelas bem azeda e ruim de tomar.

Nunca fui de fazer planos mas os poucos que fiz nunca saíram da maneira como planejei e talvez seja por isso que as frustrações ainda machucam mas já não me ferem mais.

Acredito que quando decidimos compartilhar a vida com alguém temos a responsabilidade meio a meio de fazer aquele investimento fluir com sucesso. Porém, quando o investimento é feito sempre somente por uma das partes a chance disso terminar das piores maneiras é grande.

Por isso decidi encerrar um dos ciclos, se não o mais, desgastante da minha vida.

E neste caso a situação se assemelha à uma vítima que precisa escapar do cativeiro, mas que sente pena do seu sequestrador.

A Arlequina iria se despedir do Coringa.

Eu precisava sair e você me dava todas as razões possíveis para ficar. Era como se eu tivesse despertado de um sono profundo e muito pesado. De repente tudo estava muito claro e o fim já não era mais uma pergunta.

O fim era uma resposta.

As suas tentativas incansáveis de me fazer repensar só me deram mais certeza de estar no caminho certo.

O choro, a manipulação, as palavras chaves e as suas inúmeras hipóteses sobre o que aconteceriam se eu decidisse terminar me fizeram dar o primeiro passo para não poder mais voltar.

Você me fez perder noites de sono, me fez perder amigos, dinheiro, saúde e por último minha casa.

O preço de tanta compaixão foi pago com muitas lágrimas de ódio por ter perdido cada móvel que eu demorei muito para conquistar.

Judas é íntimo e nunca um estranho não é mesmo?

Por diversas vezes você me fez acreditar estar perdendo minha sanidade.

Foi cruel.

Você me separou de você.

O juramento se cumpriu.

Recomeçar do zero pode parecer uma tortura, quase todos nós temos medo do novo e está tudo bem.

Descobri que mesmo quando é tirado o chão de nossos pés ainda nos restam asas para voar. É assustador perder bens, pessoas e sentimentos porém é assustadoramente maravilhoso perder o chão, ganhar o céu e se descobrir como uma águia.

O fim que eu renunciei por várias vezes me mostrou diversas possibilidades de aprendizado.

Não tenho culpa por ter feito o meu melhor.

Não tenho culpa de ter agido com meu coração.

Eu me amo.

Eu me curo.

Eu me cuido.

E se nesse novo processo aparecer uma companhia vai ser super legal dividir a caminhada pois agora eu também sei voar.

Fim.

Gi Gonçalves – Bela Urbana, mãe, mulher e profissional. Acredita na igualdade social e luta por um mundo onde as mulheres conheçam o seu próprio valor. 
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Adios Querida Luna!

Eu sempre trabalho com a possibilidade do suicídio ou do teu sorriso, e tudo oscila dentro das probabilidades nessa roleta russa que é a minha bipolaridade.

Eu não exagero e eu não minto mais, pinto como Picasso em Guernica só que um pouco mais dark e mais profundo que a série alemã,
trago referências como se fossem uma viagem chuvosa, fria e egoísta com você em Amsterdã.

Não me subestime eu escrevo porque preciso de você tanto quanto a Marvel precisa da DC ou até o meu suicídio acontecer.

Eu sei, você vai dizer que esse texto tem flow e ritmo de rap, um sad trap, talvez, só que “EU SOU BRANCO, BRO”, e velho demais pra essas mina que acabaram de chegar aos vinte, mandando nude no meu direct, imagina se eu fosse rapper?

Mas voltando ao que realmente te interessa, isso aqui não é nem poesia, são só algumas palavras repetidas e tão vazias quanto a nossa sala agora, quanto a minha alma a qualquer hora, qualquer dia, só me diz que eu te espero, você sabe que é sincero, quando eu digo que te amo, que te quero, que me torno repetitivo, mas quais são as palavras que mais quero repetir na vida? Felicidade, paz? Eu já não sei mais, eu só quero que tudo pare, que o mundo desacelere, a vida é tão curta e eu tão culto que me sinto inútil.

Hoje as oportunidades perdidas me deram beijos e abraços de despedida, riram e voltaram pra me atormentar, as decisões erradas fizeram em mim sua morada!

Eu senti tudo, e o que você me disse foi como facadas, eu chorei e as lágrima derramadas escondidas no chão da escada, me fizeram pensar que a vida não vale nada sem a pessoa amada.

Talvez eu precise de mais amor próprio, talvez eu queira mais dois dedos do seu veneno com um pouco de ópio, ou simplesmente a minha certidão de óbito.

Tudo é relativo e tudo vai depender de quanto eu consigo ser permissivo, eu sei do que eu preciso, eu sei que soa ofensivo, mas eu também me lembro de tudo que me foi dito, mal de escorpião, rancoroso, passivo agressivo, não sou eu, é apenas o meu signo, risos, risos, risos.
Temos escolha ou apenas lidamos com os prejuízos? Quantos se foram? Quantos dos que ficaram não estão depressivos? Quem realmente está vivo?
Aldo, eu sinto sua falta, primo! Eu queria poder ter feito algo, dizer que vai ficar tudo bem, mas a real é que eu não sei. Você não foi condenado, Deus está ao seu lado, ele me disse, numa das viagens do meu coração alado, fica em paz,Tia Maria, sorria, eu preciso voltar, perdoem o meu TDA e a minha dislexia.

Não me leve a mal, eu quis teu bem, eu tentei te tocar, ser relevante, lavar tua alma, enxugar tuas mágoas, mas eu não cheguei lá eu fui além, te atravessei e você nem me olhou, só disse “tudo bem” eu também te amei.

Ficam as boas lembranças, ficam as facadas nas minhas entranhas, ficam as cicatrizes nos meus poemas, mas pra mim, não é apenas o fim.

Porque nada nunca acaba, tudo me remoi e dói pra caralho, as tuas fotos, os teus stories, nossa história retrógrada, então uso a minha retórica que me puxa pra baixo da escuridão, na caverna de platão, eu enxerguei, eu acordei, eu me levantei, escalei esse buraco no nosso leito. Efeito borboleta, o teu bater de asas afundou meu peito.

E como seguir desse jeito?
É por isso companheiros que eu espero que eu tenha sido um bom amigo!
Lembrem do meu sorriso…

Pai, perdoa teu filho perdido, minhas irmãs, eu não vejo mais sentido, mas saibam que eu as amei.

Mãe, eu te orgulhei? Saiba que diante de Deus eu me ajoelhei, eu orei, Mãe!

E de novo saiba que eu chorei e doeu, e dói, como se fossem dois sóis a sós comigo, refletindo toda a vergonha que eu sinto.

E eu sinto muito, escrevo pouco, sofro em demasia, faço drama, atuo, mas é que a comédia já não me servia.

Novamente eu sai da linha, mas foda-se não é problema seu, bom proveito. Eu vou voltar ao início do sofrimento, quem sabe no suicídio eu te esqueço.

Lucas Alberti Amaral – Belo urbanonascido em 08/11/87. Publicitário, tem uma página onde espalha pensamentos materializados em textos curtos e tentativas de poesias  www.facebook.com/quaseinedito  (curte lá!). Não acredita em horóscopo, mas é de Escorpião, lua em Gêmeos com ascendente em Peixes e Netuno na casa 10. Por fim odeia falar de si mesmo na terceira pessoa.