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Precisamos falar sobre relacionamentos abusivos sempre

Começamos hoje uma nova série aqui no Belas Urbanas, uma série que já foi feita, uma série que virou um livro, uma série que virou várias rodas de conversas e palestras, mas continuamos a precisar falar sempre sobre relacionamentos abusivos. Não é necessário dizer o motivo de continuarmos a falar, está nos noticiários diariamente o aumento das violências domésticas e de tantas outras.

Violências armadas, criminosas, feminicídios, estupros, assassinatos de crianças, casos de pedofilia… um show de horrores que, de tão frequentes e comuns, vão endurecendo corações e, por endurecem, sendo normalizados.

Como assim? Que sociedade é essa que se coloca de forma tão negligente contra essas agressões?

Com certeza, uma sociedade omissa, calada, apagada, onde as pessoas lutam pela sua sobrevivência diária e não sobra tempo e ânimo para mais nada. Sim, isso pode ser uma das respostas, mas não é só a única, é também a cultura do silêncio, do dito popular “em briga de marido e mulher não se mete a colher”.

Há algumas décadas, aqui no Brasil, fomos silenciados, por medo, por repressão, tempos de ditadura e isso foi calando as vozes, fomos emburrecendo como sociedade… porque conversa e debate geram crescimento, compreensão… ideias contrárias debatidas enriquecem as mentes para a abertura de novos caminhos e para consensos democráticos, mas, quando tudo isso vai ficando à margem, empobrecemos o todo, a sobrevivência e a força do egoísmo imperam.

O que é um abuso, afinal? São tantos e em tantos graus e esferas de relacionamentos que caberia em diversas séries fragmentadas. Por enquanto e agora, falaremos de várias, sem especificar somente uma única.

Sempre digo, saber é poder, poder para fazer boas escolhas, poder para se defender, poder para ser usado em prol de todos, e só quando esse todo estiver equilibrado é que as coisas serão diferentes e melhores. Pode ter certeza, é preciso um coletivo mais saudável, pacífico, aberto a diálogos, culturalmente próspero.

A série está sendo construída. Deixo o convite para quem quiser participar e escrever sua história. Deixo também o convite para empresas que queiram disseminar o conhecimento e levar esse tema para ser trabalhado ou mesmo para apoiar nosso projeto, podem entrar em contato comigo pelo e-mail: adriana@belasurbanas.com.br.

Termino com uma frase de John Lennon, mas mudei para o feminino. “Você pode dizer que sou uma sonhadora, mas eu não sou a única”.

Vem comigo, podemos plantar boas sementes.

Adriana Chebabi  – Bela Urbana, sócia-fundadora e editora-chefe do Belas Urbanas, desde 2014. Publicitária. Roteirista. Escritora. Curiosa por natureza.  Divide seu tempo entre seu trabalho de comunicação e mkt e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa.

 

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CONVERSA DEFINITIVA

shutterstock_8176741 Conversa definitiva

Oi, tudo bem com você?

(silêncio)

Acho que sim, não dizem que quem cala consente? Então entendo que tá tudo bem.

Voltando àquele assunto de ontem, eu já disse que essa textura me arranha, eu sei que você vai dizer que eu já disse isso, mas você ainda não fez nada, continua tudo igual, foi por isso que voltei no assunto e quero saber se você pensou, se refletiu, se pode mudar… sei lá, poxa, me fale alto.

(silêncio).

Continua sem dizer nada, imóvel, podia pelo menos argumentar, discordar que fosse, dizer qualquer coisa, mas não, fica aí com essa cara.

Não adianta, assim vai rachar, não vale ter somente cimentos e tijolos, no meu corpo tem sangue que corre nas veias, meu coração acelera, minha voz embarga, berro, falo baixo também, mas não deixo os anos me endurecerem como você.

Porra, fala alguma coisa… NADA, sempre NADA.

Imóvel, é assim que sempre fica, que é.

Continua aí com essa textura ridícula. Me agride, é fato, mas é fato também que te agride mais, um dia talvez você compreenda, mas pode ser tarde demais.

Acho que não irá compreender nunca, é mais seu estilo. Não vai falar nada?

(silêncio)

É, tô vendo que não tem conversa mesmo, é melhor eu seguir meu rumo, mas eu gostaria de dizer só mais uma coisinha.

Essa cor de gelo é deprimente, não lhe cai bem, não é atraente, sempre achei tão difícil te dizer isso, mas agora é hora, pelo menos você fica com a verdade.

Sim, essa é a minha verdade, o meu ponto de vista. Faça o que quiser com a informação, mas, se bem te conheço e acho que sim, nada fará com essa informação, continuará cor de gelo, que saudades tenho quando era amarelo vibrante.

Adeus.

Depois dessa conversa eu vou, alguém já tinha me dito que parede não responde e que também não corresponde.

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Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde é a responsável pela autoria de todas as histórias do projeto. Publicitária, empresária, poeta e contadora de histórias. Divide seu tempo entre sua agência Modo Comunicação e Marketing www.modo.com.br, suas poesias, histórias e as diversas funções que toda mãe tem com seus filhos. Adora boas conversas 🙂