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O melhor do caminho é caminhar por ele

Direta, esquerta. Para.

Atravessa, segue em frente, contorna, marcha a ré, esquerda de novo. Para.

Meia-volta, deixa passar, subida, prova de morro.

Rua sem saída. Volta.

Descida íngreme. Pneu furado. Troca.

Estrada de terra. Asfalto.

Coloca primeira não deixa morrer. Segunda, terceira, quarta, quinta.

Radar. Vai com calma. Dá tempo.

Gasolina ou álcool? Dúvida cruel. Qual é a melhor escolha? Decide.

Segue em frente. Congestionamento. Faz parte.

Cabe mais um?

Derrapa, roda, “ta tudo sob controle”.

Atenção.

Bebida e direção não combinam. Acidente ao lado.

Paralelepípedo. Buracos na pista.

Animais na pista. Cuidado.

Ao lado, as paisagens diversas.

A trilha sonora é diversa também.

Chegou. Desliga.

O melhor do caminho é caminhar por ele.

Adriana Chebabi  – Bela Urbana, sócia-fundadora e editora-chefe do Belas Urbanas, desde 2014. Publicitária. Roteirista. Escritora. Curiosa por natureza.  Divide seu tempo entre seu trabalho de comunicação e mkt e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa.

 

 

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Renato Russo

Renato_Russo

Renato Russo faria 55 anos dia 27 desse mês, ainda seria “jovem”, mas já se faz quase 19 anos que ele morreu. Muito jovem, por sinal.

Suas músicas embalaram minha adolescência. Na minha época de adolescente, ensino médio se chamava colegial e nossas agendas eram diários que marcavam não só as provas e aulas do dia, mas eram repletas de espaços musicais, onde escrevíamos pedaços de letras de músicas, “quem me dera ao menos uma vez acreditar que o mundo é perfeito e que todas as pessoas são felizes” ou então, “mas nos deram espelhos e vimos o mundo doente” ou ainda, ”será só imaginação? será que nada vai acontecer? será que é tudo isso em vão? será que vamos conseguir vencer?”, as letras do Legião estavam sempre impressas na minha agenda e das minhas amigas.

Renato Russo e sua Legião não embalaram só minha adolescência, mas todos os anos seguintes “sentia mesmo que era mesmo diferente, sentia que aquilo ali não era o seu lugar, ele queria sair para ver o mar…” já me senti assim também, quem não?  Até hoje as músicas do Legião tocam na minha trilha de preferidas “quem inventou o amor, me diga por favor”.

“Que pais é esse?” virou um clássico regravado por muitos, está na trilha sonora de novelas atuais e infelizmente atual mesmo depois de algumas décadas da sua composição, isso nos faz mais do que nunca pensar “que pais é esse?”, e Geração Coca-Cola “suas crianças derrubando reis, fazer comédia no cinema com as suas leis”, familiar não?

Será que Renato Russo estava tão à frente do seu tempo ou as coisas não mudaram muito desde então? A pergunta não quer calar.

O fato que é Renato Russo nos deixou um acervo rico, músicas que continuam a tocar, que falam de amor, da sociedade, que fazem críticas e que nos tocam.

Minha dica para a semana é ouvir Legião Urbana DOIS. Escolho uma música desse disco para compartilhar com vocês no meu “espaço musical” hoje virtual,  um trecho de  Daniel na Cova dos Leões onde ele fala de amor de uma forma nada óbvia.

“Aquele gosto amargo do teu corpo
Ficou na minha boca por mais tempo.
De amargo, então salgado ficou doce,
Assim que o teu cheiro forte e lento
Fez casa nos meus braços e ainda leve,
Forte, cego e tenso, fez saber
Que ainda era muito e muito pouco”.

Adriana Chebabi

Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde é a responsável pela autoria de todas as histórias do projeto. Publicitária, empresária, poeta e contadora de histórias. Divide seu tempo entre sua agência  Modo Comunicação e Marketing  www.modo.com.br, suas poesias, histórias e as diversas funções que toda mãe tem com seus filhos. Adora ouvir e cantar as músicas do Legião Urbana 🙂